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Cofundador da exchange brasileira BitcoinTrade diz o boom do Bitcoin em 2019 é improvável

Com 2018 chegando ao fim, os olhos dos investidores passam a mirar as perspectivas de investimento para o próximo ano, na expectativa de surfar a próxima onda de valorização, e neste cenário, a pergunta é: o que esperar, em termos de preço, para o Bitcoin em 2019? Um ETF lastreado em Bitcoin fará os preços saltarem para novos patamares? Bakkt e Nasdaq trarão os “investidores institucionais” e, com eles, a enorme quantidade de dinheiro que eles possuem?

Para falar um pouco sobre este cenário, o Criptomoedas Fácil conversou com exclusividade com um dos fundadores da BitcoinTrade Daniel Coqueri, que demostrou certo otimismo em sua avaliação de mercado para o ano que vem, mas destacou que não acredita que os players institucionais levarão os preços aos patamares de dezembro de 2017.

“Mesmo com as projeções de novos players institucionais como Bakkt e Nasdaq, além de um possível ETF lastreado em Bitcoin, é difícil prever como o preço do BTC vai reagir a estes novos desenvolvimentos. Temos visto que o preço do criptoativo envolve muitas variáveis e lembrando que no ano passado, em outubro, novembro e dezembro, o varejo foi o grande motor de alta e não os investidores da CBOE e da CME. Não está claro se este grande varejo vai ‘voltar’ ao mercado impulsionado por estas plataformas institucionais. Não acredito em uma alta absurda para o próximo ano como em 2017. Acho que todo o desenvolvimento e entrada de novos players é importante para a consolidação do mercado, mas não acho que isso vai gerar grandes impactos no preço como no ano passado. Lógico que eles podem influenciar o preço levando ele para algo em torno de US$ 5 a 6 mil, mas não acho que teremos uma nova ‘corrida do ouro’ como antes”, destaca.

Coqueri também destaca que 2018 deve ser analisado em uma perspectiva mais ampla, pois a desvalorização do Bitcoin já era esperada dada a enorme alta apresentada e todo o hype, entretanto, é neste momento de reformulação que o mercado se consolida e se aperfeiçoa.

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“Este ano foi bom, foi de consolidação. Como empresa aperfeiçoamos nossos produtos, tecnologia e processos, foi um ano positivo. Do ponto de vista do mercado, obviamente toda esta queda que presenciamos no preço foi ruim num primeiro momento porque diminui o interesse geral e acaba diminuindo os investidores, mas por outro lado hoje observamos que as pessoas que se mantem no mercado estão muito mais preparadas para operar. Vejo isso como um momento de fortalecimento e amadurecimento. Hoje observamos diferentes públicos: o trader, aquelas que usam para pagamento, os que diversificam seu investimento e carteira, enfim temos uma diversificação maior; enfim temos uma diversificação maior, diferente do ano passado onde havia muito mais ‘buy and holder, to the moon (comprar, guardar e ficar rico). No fundo o preço do Bitcoin não importa muito, o que precisamos para impulsionar todo este mercado é aumentar a usabilidade e a educação sobre as criptomoedas para que com uma maior circulação e diversidade de usos o mercado se fortaleça”, afirma.

Sobre os desdobramentos da regulação do mercado no próximo ano, o empresário tem uma posição direta.

“Se você usa criptomoedas para cometer crimes, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, entre outros. Bom, ai o problema não é mais ou menos regulamentação, o problema é pessoal, precisa colocar a mão na cabeça e ter a consciência de que esta cometendo um crime. Isso não tem nada a ver com a posição de qualquer exchange do mercado. Se você usa os criptoativos para o ‘lado mal’, é natural que a Policia Federal e a Receita Federal apertem o cerco”, declarou o empresário.

“Uma regulamentação pró-mercado é benéfica para todos. É difícil você, como empresa, operar em um mercado no qual não há regras claras, pois sempre fica a duvida, na hora de lançar um novo produto, se os reguladores vão entender esta novidade ou se vão encarar como algo ‘ilegal’ e aplicar multas ou mesmo dizer que aquilo ‘não pode’. Então como investir em algo que você não tem uma certa segurança das regras. Quando você parte do ponto de que por não ter uma lei então pode tudo, acho isso errado e incoerente, pois como empresa séria, não posso pensar: ‘ah vou criar isso e lá na frente se der problema eu vou brigar com o regulador’. Penso que temos que analisar se estamos construindo um problema ou algo mais sólido? Querer ser 100% libertário não funciona e também, do outro lado, como Governo, bloquear tudo, proibir, taxar tudo com impostos super alto quando comparados a industrias semelhantes isso também não faz sentido nenhum, temos que achar um meio termo nisso tudo ai e nós queremos colaborar para construir este meio termo que acreditamos ser melhor para todos”, finaliza.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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