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China foca em empresas de Bitcoin em investigações sobre lavagem de dinheiro

Desde o primeiro trimestre deste ano, o banco central da China fez esforços sem precedentes na luta contra a lavagem de dinheiro. Por isso, muitas empresas envolvidas em OTC, transações e empréstimos no espaço das criptomoedas passaram a ser investigadas com mais frequência, indicando uma foco especial da polícia e departamentos financeiros dos municípios.

No total, até o momento, 38 agências dos bancos centrais em 18 províncias emitiram 94 multas contra lavagem de dinheiro a 93 devedores. Tudo isso envolveu um total de R$ 183 milhões em multas apenas no primeiro trimestre. O valor da multa aumentou quase quatro vezes em relação ao ano anterior, e o número de penalidades aumentou mais de 50%.

Entre eles, a instituição de pagamento de terceiros, “ShangYinxin” Payment, recebeu um aviso devido a várias violações e a multa total excedeu R$ 115 milhões. “ShangYinxin” tem o título de “rei do jogo” e foi severamente punido por fornecer canais de pagamento para redes ilegais envolvidas em jogos de azar, muitas delas, também baseadas em criptomoedas.

Bitcoin perseguido na China

Em 22 de março, o banco central da China (PBOC) emitiu um aviso no Weibo, dizendo que, através da análise dos dados de retirada da plataforma de negociação de criptomoedas, descobriu que transações com Bitcoin nas exchanges envolveram várias transferências em pequenas quantidades e a liberação em grandes quantidades. Esses aspectos estão de acordo com as características básicas da lavagem de dinheiro.

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Por causa de seu anonimato e características globais, criptomoedas como Bitcoin se tornaram cúmplices de criminosos e têm grandes riscos sociais, diz PBOC.

De fato, desde o ano passado, o Bitcoin e o USDT tornaram-se gradualmente os principais canais de pagamento de muitas plataformas devido à investigação rigorosa sobre jogos de azar, lavagem de dinheiro e outros canais de pagamento. Ao mesmo tempo, existem muitas plataformas de jogos criadas em criptomoedas. Por exemplo, a maioria dos dApps criados na TRON de Justin Sun são aplicativos de jogos de azar.

Exchanges tentam se proteger

Atualmente, as principais exchanges de criptomoedas na China mantêm uma estreita cooperação com o departamento financeiro, com a polícia e outras agências reguladoras. O objetivo das plataformas é evitar serem fechadas sob suspeita de facilitar operações de lavagem de dinheiro.

Nesta linha, a Huobi lançou em 13 de abril deste ano, uma série de mudanças e implementação visando identificar e impedir que criptoativos suspeitos ou maliciosos, vindos da deep web, mixers e outros ativos de risco cheguem até exchanges.

Quando estes ativos são identificados, as autoridades são acionadas e, caso não haja jurisdição, os usuários são convidados a retirar seus recursos ou há um bloqueio da conta juntamente com todos os fundos até que as transação sejam explicadas.

No entanto, para exchanges pequenas e médias, além de mesas de OTC, empréstimos e outros provedores de serviços, não há um modelo de detecção unificado e só podem confiar em pequenas medidas de KYC para identificar o cliente.

No entanto, também é argumentado que a quantidade de criptomoedas ainda é relativamente pequena em comparação com os métodos tradicionais de lavagem de dinheiro, como a que é feita usando os próprios bancos, de modo que não se torna necessariamente o maior alvo de supervisão.

No entanto, pode-se prever que, à medida que o preço do Bitcoin e o número de usuários de criptomoedas aumentarem, a supervisão anti-lavagem de dinheiro na China se torna mais rígida.

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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