Uma reportagem da Folha de S. Paulo alertou para o “ressurgimento” no mercado de pessoas envolvidas em esquemas de pirâmides financeiras.
Esses vendedores de supostos serviços de investimentos que foram associados a fraudes e golpes financeiros estão retornando ao mercado como influenciadores digitais.
Eles oferecem novos produtos, serviços e abrem empresas com novos nomes para não chamar a atenção.
Mas a promessa é basicamente a mesma: educação financeira e retornos fixos acima dos praticados no mercado.
Entretanto, conforme noticiou a Folha, esse retorno já está chamando a atenção de órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Ministério Público.
Um dos casos é o de Kleyton Alves, líder da A2 trader. Ele prometia ganhos diários de 4% ao dia por meio de supostos investimentos em Bitcoin. No entanto, a A2 não paga seus clientes desde 2019.
Agora, Alves capta investidores para o mercado de forex, investimento cujos rendimentos são baseados na valorização de uma moeda sobre a outra.
A nova empresa é a 3I Investimentos que, segundo ele, ajudaria a pagar as dívidas dos pelo menos 21 mil clientes lesados pela A2.
Em suas redes sociais, Alves publicou um vídeo para promover o que chamou de “a melhor empresa do mercado forex, com as melhores soluções para os seus investimentos”.
Alves foi procurado pela equipe de reportagem da Folha, mas não quis se manifestar.
Um outro caso é o de Carlos Costa, um dos líderes da pirâmide Telexfree que estourou há cerca de dez anos. Costa atualmente lidera a empresa Pipz, que funciona como uma espécie de programa de fidelidade que dá pontos em compras.
Segundo ele, três desembargadores negaram pedido do Ministério Público para interromper o negócio. Isso porque teriam entendido que a empresa opera através de meios legais de marketing multinível.
Caio Mestre é outro que voltou às redes como influenciador. Antes, ele era responsável por atrair investidores para a empresa Nova Consultoria, alvo de inúmeros processos de clientes lesados.
Atualmente, ele se apresenta como assessor financeiro e ostenta uma vida luxuosa nas redes sociais. Além disso, ele garante que “sucesso financeiro pode ser fácil”.
De acordo com a Folha, Mestre se apresentava como namorado de Rafael Lorenzi, um suposto funcionário do banco JPMorgan. No entanto, Lorenzi negou a relação e o banco não comentou.
Em sua defesa, Mestre disse que também foi vítima da pirâmide e, assim como outros consultores, perdeu patrimônio no esquema.
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