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Chainalysis: 24% dos tokens lançados em 2022 podem estar ligados à ‘Pump and Dump’

Os esquemas de “pump and dump” são um dos mais populares no mercado de criptomoedas. De acordo com a empresa de análise Chainalysis, esse esquema possivelmente envolveu 24% dos tokens lançados em 2022.

A prática fraudulenta consiste em promover um determinado ativo para outros investidores, muitas vezes usando declarações enganosas, a fim de impulsionar rapidamente o seu preço. Em seguida, após o “pump”, os criadores golpistas vendem os seus ativos supervalorizados, obtendo um alto lucro. Como consequência dessa venda massiva, o preço do ativo tende a despencar, deixando os outros investidores no prejuízo.

Essa atividade ocorre tanto no mercado de finanças tradicionais quanto no mercado cripto, onde é relativamente fácil lançar um novo token. Além disso, as equipes que lançam novos projetos podem ser anônimas. E isso possibilita aos fraudadores promover vários esquemas de pump and dump.

Pump and dump no mercado de criptomoedas

Em um relatório publicado nesta quinta-feira (16), a Chainalysis contou o caso de um projeto que envolveu pump and dump. Em dezembro de 2021, um golpista promoveu nas redes sociais um projeto que ele lançou um tempo depois. A pessoa lançou o contrato inteligente deste token, financiando um novo pool de liquidez para o ativo em uma popular exchange descentralizada (DEX).

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Centenas de vítimas compraram o token, impulsionando o preço rapidamente em poucas de horas. No entanto, no mesmo dia do lançamento, o criador vendeu todos os seus tokens, deixando os compradores na mão. Ao todo, o fraudador ganhou cerca de US$ 20 mil (R$ 104 mil).

Também no relatório, a Chainalysis apresentou os resultados alcançados após analisar todos os tokens lançados nas blockchains Ethereum e BNB em 2022. O objetivo foi identificar projetos com esquema de pump and dump.

A empresa destacou que mais de 1,1 milhão de tokens foram lançados no ano passado. Contudo, como a grande maioria não teve tração, a empresa contou apenas tokens que alcançaram um mínimo de dez swaps (trocas) e quatro dias consecutivos de negociação na semana após o seu lançamento. Com esse critério em vigor, o número de novos tokens caiu para 40.521.

Investigando pump and dump no mercado cripto

A Chainalysis também buscou ativos que registraram uma queda drástica de preço de 90% ou mais na primeira semana de negociação. Essa desvalorização abrupta pode sugerir que os criadores do token venderam os ativos rapidamente, em um pump and dump. Dos 40.521 tokens lançados em 2022, 9.902, ou 24%, tiveram uma queda de preço na primeira semana.

A Chainalysis também analisou um recorte dos 25 projetos com a maior queda de preço na primeira semana. Para isso, os analistas usam o Token Sniffer, um serviço que pontua novos tokens em uma escala de zero a 100 com base em sua confiabilidade.

De acordo com o Token Sniffer, todos esses 25 tokens pontuaram zero, indicando que eles quase certamente foram projetados para pump and dump. Além disso, o Token Sniffer descobriu que muitos deles continham um código malicioso “honeypot” que impede novos compradores de vender o token – um dos sinais mais indicativos de que a moeda faz parte de um esquema de pump and dump.

‘Vítimas’ perderam R$ 24,11 bilhões em pump and dump

No total, os compradores que provavelmente não estão associados aos criadores dos tokens gastaram US$ 4,6 bilhões (R$ 24,11 bilhões) em criptomoedas adquirindo alguns dos 9.902 tokens suspeitos.

“[Esta é] uma quantia relativamente trivial em comparação com os trilhões em volume de transações de criptomoedas em 2022, mas ainda [é] uma quantidade substancial de dano para investidores desavisados”, disseram os analistas.

Por fim, a Chainalysis estimou que os criadores desses tokens obtiveram um total de US$ 30 milhões (R$ 157 milhões) em lucros com o esquema.

Em muitos casos, segundo a análise, a mesma carteira forneceu liquidez inicial para vários tokens de pump and dump ou forneceu financiamento para a carteira que o fez, sugerindo uma propriedade comum. Assim, usando essa metodologia, a empresa descobriu que 445 indivíduos ou grupos representavam 24% dos 9.902 projetos duvidosos.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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