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CEO da Abra afirma que criptomoeda do JP Morgan é uma “completa perda de tempo”

Por muito tempo, a sociedade humana foi baseada na centralização. Os governos, junto com as instituições que apoiam os políticos, são o que faz o mundo funcionar. Portanto, não deve ser uma grande surpresa pensar em futuro, embora empresas controversas tenham determinado que seria sensato tentar frear as tecnologias blockchain, especificamente em uma tentativa de transformar o que é livre e aberto em algo centralizado e com hierarquias.

Bill Barhydt, o executivo-chefe da Abra, um aplicativo de negociação de criptomoedas e moedas fiat que promove a liberdade financeira dos usuários, tem algumas palavras para tais experimentos. Em uma entrevista para a coluna de criptomoedas da revista Fortune, apropriadamente chamada “The Ledger”, ele não se conteve em seus comentários.

Barhydt, que trabalhou em todos os lugares, do Goldman Sachs e da CIA até NASA e Boost VC, explicou que o hype injustificado dos anos 90 em relação à chamada “extranet”, uma moda passageira, é muito parecido com o que está acontecendo com “o empreendedorismo sem sentido na blockchain”.

O representante da Abra acrescentou que, do seu ponto de vista, Bitcoin, Ethereum, entre outras redes baseadas em fácil acesso sempre terão uma vantagem notável sobre suas contrapartes centralizadas, executadas principalmente por empresas do Vale do Silício, como a IBM.

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Em resposta à uma pergunta sobre a proposta de valor que as tecnologias de livro-razão distribuídas (DLTs) oferecem, Barhydt afirma categoricamente que esses inovadores que pressionam pela centralização estão sendo vítimas de uma falácia, já que “fazer o trabalho de blockchain dentro de um firewall irá falhar miseravelmente”.

Perda de tempo

Dando aos leitores algo para roer, o especialista em fintech de Wall Street deu algumas alfinetadas no JP Morgan, especialmente no contexto da súbita reviravolta do banco. Ele explicou que a JPM Coin, a recém-anunciada stablecoin da instituição baseada em uma rede privada mas com Ethereum, provavelmente será um “completo desperdício de tempo”.

Referenciando seu tempo como um insider durante a ascensão e a queda da bolha pontocom, ele acrescentou que a JPM Coin, criada para ser transacionada internamente e tornar os pagamentos corporativos mais baratos e eficientes para os clientes do banco, é muito parecida com o modo como a “extranet era uma perda de tempo” quando comparada à Internet.

Barhydt está longe de ser o primeiro a fazer este argumento. Max Keiser, um defensor do anti-establishment, recentemente brincou que o patrimônio do JP Morgan é um “macarrão molhado” comparado ao Bitcoin, acrescentando que não há chance de Wall Street alcançar o domínio que a criptomoeda possui.

Já Travis Kling, da Ikigai, observou que o ativo digital será muito mais como “uma página do Google do que o Bitcoin”. É claro que, na comunidade de criptoativos, os livros contábeis apoiados por corporações não são bem recebidos.

A escalada do Bitcoin

Concluindo seus comentários, Barhydt observou que os defensores da blockchain empresarial estão errados ao afirmar que as redes públicas, como o Bitcoin, não podem escalar o número de transações a longo prazo. O ex-analista da Goldman Sachs observou que as deficiências atuais serão eventualmente superadas, abordando soluções de segunda camada, como a já crescente Rede Lightning.

Barhydt não é a única participante da indústria com a impressão de que as criptomoedas acabarão por resolver seus problemas de escalabilidade de curto prazo. Joey Krug, do fundo de investimento em criptoativos Pantera Capital, explicou uma vez que, embora a falta de processamento transacional esteja atrasando a adoção, os desenvolvimentos tecnológicos farão as blockchains suportar milhares de transações por segundo no futuro.

O parceiro do Krug, Dan Morehead, fez um comentário semelhante, dizendo à jornalista Laura Shin que reclamar da velocidade do Bitcoin hoje é como reclamar do protocolo TCP/IP no início dos anos 90. Em outras palavras, com o tempo, essas redes descentralizadas devem ser dimensionadas para atender à demanda.

Leia também: Jamie Dimon diz que a criptomoeda do JP Morgan pode ser usada para pagamentos diários

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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