DeFi

Centralização pós-Merge? Dados apontam que dois endereços de ETH dominaram 46% dos nós

Muitos críticos do The Merge afirmavam que a atualização poderia deixar o Ethereum mais centralizado em poucos endereços. E de acordo com dados da rede verificados após o The Merge, isso parece ter acontecido de fato.

Segundo a empresa de análise de dados Santiment, dois endereços do Ethereum controlam 46,15% de todos os nós da rede. Um dos endereços validou 188 blocos, ou 28,97% do total, enquanto o outro validou 105 blocos (16,18%).

Para se ter ideia do nível de centralização, nenhum dos outros endereços conseguiu validar mais de 55 blocos pós-Merge. A maioria dos endereços não validou sequer 50 blocos, de acordo com os dados de transações do Ethereum.

Blocos validados pós-Merge indicam concentração. Fonte: dashboard Ethereum/Santiment.

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“De acordo com nosso painel do Ethereum pós-Merge, 46,15% dos nós de Prova de Participação (PoS) para armazenamento de dados, processamento de transações e adição de novos blocos podem ser atribuídos a apenas dois endereços. Esse forte domínio desses endereços é algo a ser observado”, alertou a Santiment.

Ponto de atenção?

Com a introdução da mineração PoS no Ethereum, os nós desempenham um papel crucial, pois comprometem “stakes” de tokens por um período definido. Em troca, os nós têm uma chance de serem selecionados para produzir o próximo bloco de transações.

A cada bloco que um nó valida, ele recebe uma recompensa em Ether (ETH) por conta da sua contribuição. Nesse sentido, os nós validadores substituem os mineradores na tarefa de processar os blocos e garantir a segurança da rede.

Cabe destacar que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação profunda, visto que os validadores estão ativos há apenas 24 horas. Mas esse início de centralização não é positivo para uma mudança que, na visão dos desenvolvedores, serviria justamente para descentralizar o Ethereum.

Em tese, a mineração PoS permitiria que mais validadores participassem da rede sem precisar desembolsar altas somas de dinheiro com energia elétrica ou equipamentos de mineração. Mas será que os dados indicam que a centralização pode dominar a rede?

Muitos validadores em um endereço

Quando a Santiment publicou o artigo, muitos usuários de ETH criticaram a forma como a empresa mostrou os dados. Um deles foi Tim Janssen, desenvolvedor desde 2015 e investidor de criptomoedas, que chamou o artigo de “preguiçoso”.

De acordo com Janssen, os dois endereços listados pela Santiment não são uma única entidade, mas sim relés (Relays, no original em inglês). A palavra não possui uma tradução exata, mas Janssen explica que os relés são estruturas que conectam vários nodes em um só local.

“Que artigo preguiçoso. Estes são relés de flashbot. Os relés são compostos por dezenas de milhares de pessoas, ou seja, validadores, mas por ser 1 retransmissor, aparece como 1 proponente de blocos na rede”, diz o desenvolvedor.

Ou seja, os relés seriam uma entidade que representa até milhares de validadores que teriam descoberto os blocos juntos em uma só entidade. Por exemplo, validadores do protocolo Lido poderiam formar uma única entidade que, sob um endereço, validaria os blocos. Mas cada validador rodaria seu próprio nó de forma independente na rede.

Se a mineração PoS tornará o Ethereum centralizado ou não, ainda não se sabe. Por ora, a atualização tem validado os blocos perfeitamente e sem nenhuma falha nas últimas 24 horas.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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