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A plataforma Celsius Network “está profundamente insolvente” e não conseguirá pagar suas dívidas. Esta é a alegação feita pelo Departamento de Regulação Financeira (DFR) do estado de Vermont publicada na terça-feira (12).
De acordo com o regulador, a Celsius não possui ativos nem liquidez para honrar suas obrigações com titulares de contas e outros credores. O documento também critica as posições tomadas pela empresa, que colocaram em risco o dinheiro de seus clientes.
“A Celsius implantou ativos de clientes em uma variedade de investimentos arriscados e ilíquidos, negociações e atividades de empréstimo. Para piorar os riscos, a empresa usou ativos de clientes como garantia para empréstimos adicionais usados em estratégias de investimento alavancadas”, acrescentou o comunicado.
Celsius é uma das plataformas de empréstimos de criptomoedas que enfrenta problemas financeiros por causa de crises de liquidez. A empresa suspendeu os saques em 12 de junho e agora luta para conseguir honrar com o pagamento das dívidas.
Contudo, a Celsius tem conseguido liberar garantias importantes pagando dívidas antigas. A mais recente delas foi na terça-feira, quando a empresa pagou sua dívida com o protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Aave.
Em seguida, a Celsius liberou US$ 26 milhões em criptomoedas, que poderão ser devolvidos aos seus clientes. A empresa também moveu US$ 418 milhões em staked ether (stETH) para uma carteira desconhecida.
Na semana passada, a Celsius pagou totalmente a sua dívida com o protocolo Maker, liberando US$ 440 milhões em garantias denominadas em tokens de bitcoin (WBTC).
Além disso, na terça-feira, o credor de criptomoedas reduziu sua dívida em US$ 95 milhões na Aave e liberou 410 mil stETH, no valor de US$ 426 milhões. Isto é, aos poucos a Celsius consegue liberar garantias e partir para eventualmente retomar os saques dos seus clientes.
Mas os problemas da empresa estão longe de acabar. De acordo com o DFR, a Celsius está envolvida em “uma oferta de títulos não registrada”, o que pode render um novo processo para empresa.
Nesse sentido, os juros sobre criptomoeda pagos pela empresa em suas contas voltadas para investidores de varejo exigem autorização. Só que a Celsius não teria essa licença, o que, na prática, significa que a sua operação é ilegal.
A Celsius também não possui uma licença para operar como transmissor de dinheiro, alega a DFR, observando que isso significa que a Celsius estava operando em grande parte sem supervisão regulatória.
Além disso, a empresa também não registrou suas contas de juros como títulos, levando à falta de divulgação de risco para depositantes e outros credores.
Devido ao culminar das preocupações sobre Celsius, a DFR juntou-se a uma investigação que abrange vários estados, visando averiguar as atividades da empresa. Até o fechamento desta matéria, a Celsius não fez comentários sobre o caso.
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