Casal que vendeu a casa para investir na Unick Forex sofre na crise da covid-19

Em meio a crise da Covid-19, um casal de Cachoeirinha (RS), que investiu na Unick Forex, empresa gaúcha investigada por suspeita de ser uma pirâmide financeira, contou em uma entrevista ao UOL como tem conseguido se sustentar após ter perdido boa parte do dinheiro investido na empresa.

Letícia Ferreira contou que em 2019 seu marido, que preferiu não ser identificado, investiu R$ 7.000 na Unick Forex, que é acusada de ter captado de forma ilegal cerca de R$ 28 bilhões de 1,5 milhão de pessoas, segundo processo que corre na Justiça Federal. O marido de Letícia foi convencido a entrar no negócio influenciado por um amigo de infância.

Durante os seis primeiros meses de investimento, o casal recebeu parcelas de R$ 2.400 ao mês e se empolgou com o investimento, conforme detalhou Letícia. A animação foi tanta que o casal vendeu sua casa por R$ 130 mil, usou R$ 57 mil para investir na Unick Forex e foi morar de aluguel, pagando R$ 2 mil por mês. O restante do dinheiro da venda da casa foi usado para pagar contas. “Pelas nossas contas, iríamos receber cerca de R$ 15 mil ao longo de seis meses”, lembrou Letícia. 

Só que a empresa não pagou e o casal ficou sem condições de pagar o aluguel do apartamento, já que o salário do marido, que trabalha como ajudante de transportadora não seria suficiente. Letícia começou a trabalhar como motorista de aplicativo e o marido também passou a dirigir nas horas vagas. Mesmo assim não estava dando para arcar com os custos.

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O casal optou por quebrar o contrato de aluguel, pagando uma multa de R$ 3.700, e ir morar em outro lugar, pagando R$ 700 no aluguel. 

Tudo piorou com o coronavírus

Se antes o cenário já estava crítico, tudo piorou com a pandemia da Covid-19. Letícia contou que em fevereiro conseguia faturar cerca de R$ 300 por dia. Agora, ela só faz R$ 75 por dia, mesmo trabalhando de domingo a domingo, 10 horas por dia.

Além de tudo isso Letícia é diabética e, embora entenda que faz parte do grupo de risco do novo coronavírus, ela disse que é não tem condições de ficar parada em casa.

“Eu tenho medo da pandemia, e me cuido bastante, mas não posso me dar ao luxo de parar de trabalhar, pois tenho contas para pagar”, explicou Letícia Ferreira que se arrepende de ter investido na Unick Forex junto com o marido. “Além de todo perrengue financeiro, tive depressão, síndrome do pânico, fibromialgia, e há dias em que nem consigo caminhar”.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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