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Caroline Ellison admite desvio de US$ 14 bilhões de clientes da FTX

A ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, testemunhou em tribunal no caso de Sam Bankman-Fried (SBF). O testemunho de Ellison complicou ainda mais a situação da FTX e de SBF, com a ex-CEO revelando fraudes de maior magnitude.

Declarações de Caroline Ellison

Segundo informações do CriptoFácil, Ellison começou seu testemunho admitindo seus crimes. Mas a ex-CEO da Alameda também foi rápida em apontar SBF como mandante das operações.

“Ele (SBF) me orientou a cometer esses crimes. A Alameda pegou vários bilhões de dólares de clientes da FTX e os usou para investimentos. Ele configurou os sistemas e nos disse para pegar o dinheiro”, afirmou Ellison.

A seguir, a promotoria perguntou a Ellison sobre a quantia que a Alameda e a ex-CEO mencionaram, que estava em torno de US$ 10 bilhões. Mas em última análise, esse total pode chegar a US$ 14 bilhões. Ou seja, um máximo de R$ 70 bilhões em valores atuais.

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No total, Eliison afirma que a Alameda recebeu entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões em dinheiro da FTX na conta bancária da empresa. Em seguida, a FTX usou o dinheiro para ter acesso bancário ao banco Silvergate, que decretou falência.

As afirmações de Ellison corroboram as do cofundador da FTX, Gary Wang, que confirmou na semana passada que a Alameda negociava com o dinheiro dos clientes da FTX. Para isso, a empresa usava um “privilégio especial” que lhe permitia negociar com dinheiro além do que tinha em sua conta.

O recurso, denominado “permitir negativo”, foi usado ativamente pela Alameda já em 2019, de acordo com Wang. O executivo disse que a Alameda usou o recurso para sacar US$ 8 bilhões em moedas fiduciárias e criptomoedas a mais do que realmente possuía.

“Se uma moeda negociada em alta na Binance estivesse valorizando, poderíamos retirar da FTX e vender lá”, explicou Ellison.

Manipulando os credores

Ellison mencionou que enganou os credores da Alameda ao compartilhar com eles balanços patrimoniais falsos. Tal manipulação fez a Alameda parecer menos arriscada do que era, em termos de investimento. Com isso, várias empresas fizeram investimentos na empresa sem ter ciência dos verdadeiros riscos.

Como resultado, o declínio da Alameda Research resultou em perdas generalizadas no mercado de criptomoedas. Companhias como BlockFi e Genesis, tinham exposição direta à Alameda e tiveram perdas.

Para garantir um empréstimo da Genesis, por exemplo, Ellison disse que SBF ordenou que ela colocasse o token da FTX, o FTT, no balanço da empresa. Isso inflou as reservas da Alameda, pois o token na época valia cerca de US$ 70. A fraude causou enormes prejuízos quando o preço do token entrou em colapso.

Como parte de um pedido de falência em julho, os credores da BlockFi alegaram que o CEO da empresa, Zac Prince, sabia do perigoso balanço patrimonial da Alameda e da dependência do token FTT muito antes da implosão da mesa de negociação.

Quanto ao seu relacionamento com Bankman-Fried, Ellison disse que eles começaram a namorar “intermitentemente no verão de 2020”. Quanto às suas ambições, Ellison mencionou, para surpresa dos presentes no tribunal, que queria se tornar Presidente dos Estados Unidos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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