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Brasil testa blockchain nas eleições e pode usar a tecnologia

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) testou nas eleições municipais do último domingo (15) diversas inovações para modernizar o sistema eleitoral brasileiro no âmbito do programa “Eleições do Futuro”. Dentre elas, a blockchain.

Uma das soluções foi a de voto digital com blockchain desenvolvida pela OriginalMy, startup sediada na Estônia fundada pelo brasileiro Edilson Osório Junior.

Mais especificamente, o protocolo Hääl (voz em estoniano) é um sistema de votação eletrônica anônima em blockchains públicas.

Transparência, segurança e auditabilidade

Em conversa com o CriptoFácil, Osório explicou que a ideia do Hääl veio para solucionar um problema na votação dos acionistas remotos de uma multinacional. Como essa votação acontecia através de votos em papel, quando a empresa precisou recontar os votos, houve um custo extra de US$ 60 milhões.

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Assim, a solução de votação digital foi criada para reduzir esse custo, mas também promover mais transparência, segurança e auditabilidade.

No que diz respeito aos testes do TSE, Osório explicou que a ideia era reproduzir o voto em urna eletrônica, tradicional do Brasil, no ambiente digital. 

Nesse sentido, a ferramenta é capaz de atender às premissas de voto secreto e computação do resultado da eleição. Isso porque os votos são criptografados e o sistema pode somá-los sem precisar revelar o conteúdo. 

Dessa forma, apenas o resultado final pode ser descriptografado e aberto para auditoria e consulta. Ao mesmo tempo, há uma espécie de “embaralhamento” dos votos para que eles não sejam vinculados à identidade do eleitor.

Para isso, a solução usa a tecnologia Stealth Wallet, criada por Peter Todd, que permite ao eleitor votar por meio de uma “nova identidade” criada por um contrato inteligente.

A solução ainda conta com um protocolo de criptografia avançado chamado zero-knowledge proofs, ou provas de conhecimento-zero.

Essa tecnologia permite comprovar o voto sem revelar seu conteúdo, através da emissão de um recibo.

Sistema Open Source

Osório também destacou que o Hääl tem a proposta de ser uma solução open source.

Ou seja, é possível verificar qual é o código-fonte utilizado na infraestrutura do sistema eleitoral. Diferentemente do que ocorre atualmente com as urnas eletrônicas. 

Com isso, o argumento de que os votos podem ir para outro candidato por uma alteração do código-fonte da urna é invalidado.

Etapas da eleição com Hääl

A solução desenvolvida por Osório funciona da seguinte forma: primeiro, o eleitor valida sua identidade e, assim, é criada uma sessão de voto.

Então, ele pode fazer o seu voto que será criptografado e registrado em blockchain.

O sistema faz a contagem desses votos criptografados e fornece o resultado final. Esse resultado só poderá ser descriptografado com um conjunto de chaves distribuído. 

Por fim, a auditoria do sistema pode ser feita a qualquer momento e em qualquer fase do processo.

Protocolo proposto

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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