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Bitfinex vs usuários: entenda quem disputa a posse dos Bitcoins apreendidos nos EUA

A apreensão de 94 mil Bitcoin (US$ 3,6 bilhões) relacionados ao ataque contra a BitFinex em 2016 completou dois dias. Neste período, dezenas de indivíduos começaram a reivindicar parte do valor roubado.

De acordo com apuração do CriptoFácil, o dinheiro ainda está sob posse do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ). Mas ninguém ainda sabe quem ficará na posse dos BTC recuperados. Nesse meio tempo, o DoJ revelou planos de criar processos judiciais para devolver os BTC roubados.

A notícia gerou um enorme aumento no número de reclamações de posse. Segundo David Silver, um advogado especializa em fraude financeira com criptomoedas, dezenas de pessoas  procuraram seus serviços em busca de recuperar os fundos.

No entanto, quem de fato possui o direito de ter a posse desse dinheiro? De um lado estão os usuários depositantes dos BTC. De outro está a Bitfinex, que alega já ter restituído parte dos fundos roubados. Conheça agora os pontos de vista de cada um dos lados.

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Bitfinex alega direitos

Em primeiro lugar, a Bitfinex também se juntou à longa lista daqueles que reclamam a posse dos BTC. A bolsa argumenta que os usuários afetados pelo ataque hacker já foram ressarcidos.

Após o ataque, a Bitfinex resolveu socializar as perdas oriundas do ataque. Como resultado, os usuários afetados chegaram a ver seus saldos diminuídos em até 36%, de modo a compensar os prejuízos.

Simultaneamente, a exchange criou dois tokens (RRT e LEO) que representavam direitos sobre os BTC recuperados. Esses direitos seriam pagos caso o valor roubado no ataque fosse recuperado.

De acordo com a Bitfinex, existem atualmente cerca de 30 milhões de RRT em circulação. Cada token é lastreado no dólar na proporção de 1 para 1. Ou seja, a exchange tem que reembolsar US$ 30 milhões apenas para os titulares do RRT.

Só que, ao mesmo tempo, a exchange também quer recuperar os BTC equivalente aos saldos que já foram pagos. De fato, a Bitfinex emitiu uma declaração na terça-feira (8), logo após a prisão dos hackers, dizendo que vai em busca dos seus direitos aos BTC roubados.

“A Bitfinex trabalhará com o DoJ e seguirá os processos legais apropriados para estabelecer nossos direitos de receber os BTC roubados”, disse o anúncio.

Usuários afetados discordam

Em contrapartida, os clientes que foram lesados no ataque discordam. Eles estabeleceram sua oposição à Bitfinex e exigiram os direitos sobre os fundos recuperados.

Alguns deles acusaram a exchange de querer se aproveitar da valorização do BTC nos últimos cinco anos. Afinal, os BTC roubados valiam cerca de US$ 71 milhões no momento do ataque, mas agora valem mais de US$ 4,5 bilhões.

Em suma, a exchange teria pago os clientes em um momento de baixa no preço, com um token utilitário que dava direitos aos BTC. Mas agora os usuários querem as criptomoedas verdadeiras – cujo valor disparou 9.073% desde então

Um desses usuários é Alan Aronoff, vítima do ataque, que disse ter cerca de US$ 50 mil para receber da Bitfinex. Ele exige receber seus BTC e afirmou que devolverá os tokens RRT que recebeu da exchange

“Eu acho que é ridículo. Esse é o meu bitcoin que eles tiraram da minha carteira multiassinatura. Eu gostaria do meu bitcoin de volta e eles (Bitfinex) podem ter seu token de volta. Eu vou levar meu bitcoin, muito obrigado.”

Quem tem direito aos fundos?

Com muitas pessoas procurando obter os fundos, fica a dúvida: quem receberá a quantia bilionária? Por enquanto, os fundos ficarão em posse do DoJ até a decisão final. Com isso, o EUA se tornam, pelo menos temporariamente, o segundo país do mundo com a maio quantidade de BTC sob custódia.

Conforme explicou o advogado Kellen Dwyer, os processos legais envolvendo o caso não são nada simples. Uma resolução definitiva provavelmente deve levar meses, até alguns anos.

“Esse processo poderá realmente levar muito tempo. Certamente se passarão vários anos antes de alguém vê qualquer dinheiro”, disse.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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