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Os investidores de Bitcoin (BTC) tiveram um grande susto nas últimas horas da quinta-feira (17), já que o preço da criptomoeda simplesmente desabou. Em menos de duas horas, o BTC caiu mais de US$ 1.500, em uma correção que continuou ao longo de toda a noite.
Como resultado, o preço do BTC despencou mais de 7% – precisamente, 7,4% – nas últimas 24 horas, de acordo com o CoinGecko. Essa queda resultou na perda de dois importantes suportes, levando o BTC a abrir o dia valendo US$ 26.383. No Brasil, a desvalorização percentual foi similar, e o preço caiu até R$ 131.500.
Essa queda generalizada do Bitcoin teve um forte impacto no mercado de criptomoedas. Somente nove criptomoedas entre todas do Top 100 registraram valorização ao longo do dia. No Top 10, nenhuma delas abriu no positivo, e a XRP liderou as perdas caindo 14% – de fato, essa também foi a maior queda do Top 100.
Já o Ether (ETH) também caiu forte, perdendo 6,1% do seu valor, o que fez o preço atingir a mínima de US$ 1.678. No Brasil, a queda foi ligeiramente maior (6,6%), e o preço atingiu R$ 8.355. A BNB caiu 5,9%, enquanto a Solana (SOL) desabou 5,2%, bem como a Dogecoin (DOGE).
O valor de mercado das criptomoedas sofreu uma das maiores quedas do ano: com perdas de 6,1%, o valor total caiu para US$ 1,1 trilhão (R$ 5,48 trilhões). Já o volume de negociação disparou 95% e chegou a US$ 70 bilhões. Apesar da forte queda, as dominâncias do Bitcoin e do ETH se mantiveram estáveis em 46,6% e 18,3%, respectivamente, totalizando 64,9% do mercado.
O movimento de queda começou depois que o Wall Street Journal (WSJ) publicou informações sobre uma possível venda maciça de BTC por parte da SpaceX. A empresa aeroespacial liderada por Elon Musk, de acordo com o jornal, teria reduzido suas participações em Bitcoin em US$ 1,8 bilhão.
Como a SpaceX não é uma empresa listada em bolsa, ela não precisa tornar públicas suas operações. No entanto, o WSJ supostamente obteve um documento que comprova a queda nas participações, que podem ter sido resultado de vendas e/ou devido à desvalorização do Bitcoin.
O WSJ supostamente teve acesso a documentos relacionados às finanças da SpaceX, que revelaram aproximadamente US$ 5,2 bilhões em gastos gerais para 2022. Além disso, os documentos mostraram gastos de US$ 5,4 bilhões em 2021 e 2022, atribuídos à aquisição de ativos, equipamentos e pesquisa e desenvolvimento.
Dessa forma, a venda de Bitcoin provavelmente serviu para a empresa conseguir pagar suas dívidas e fechar o ano no positivo. Mas o mercado viu esse rumor de maneira pessimista, o que ajudou a alimentar as vendas.
Por causa da forte desvalorização do Bitcoin, tanto os futuros quanto as liquidações registraram altas expressivas em seus volumes. De acordo com o site Coinglass, o volume de futuros disparou para US$ 142 bilhões, uma alta de 95% nas últimas 24 horas. Somente a Binance movimentou cerca de US$ 32 bilhões, ao passo que a OKX atingiu um volume de US$ 12,4 bilhões.
Já as liquidações superaram a barreira de US$ 1 bilhão pela primeira vez em meses, um aumento de 566% nas últimas 24 horas. Deste valor, US$ 833 milhões partiram de liquidações compradas, com o Bitcoin e o ETH respondendo por mais de US$ 800 milhões desse total.
O total de traders liquidados nas últimas 24 horas atingiu um recorde no ano: 176.542, assim como a maior liquidação individual, que ocorreu em uma negociação de ETH na Binance e liquidou US$ 55,9 milhões.
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