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Bitcoin só é adotado por empresas e países pequenos?

Uma publicação contendo uma linha do tempo de “críticas” ao Bitcoin (BTC) repercutiu nos últimos dias. Oriunda do Reddit, a imagem foi traduzida e republicada por vários membros da comunidade de investidores brasileiros, como o influenciador digital Bruno Perini.

Segundo a publicação, o ritmo de adoção do Bitcoin pode ser medido pelas suas críticas. Ao passo que em 2010 ninguém utilizava a criptomoeda, hoje já existem países que adotam o criptoativo como moeda oficial. Ainda assim, os críticos seguem na sua cruzada em desmerecer tais conquistas.

Entretanto, será que apenas países pequenos utilizam o BTC e se beneficiam dele? Ou, pelo contrário, essa crítica ignora a adoção das criptomoedas em outros pontos além de preço ou negociações?

O que significa “usar” Bitcoin?

Os pontos da lista que foram utilizados antes de 2019 já podem ser descartados, visto que o BTC deixou de ser uma moeda de hackers, tampouco de traficantes. Por sinal, o crime é um dos setores mais arriscados para utilizar a criptomoeda.

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Conforme o dicionário, a palavra “usar” significa lançar mão de, fazer uso de; usar, empregar, aplicar. Logo, falar de uso do BTC vai além de simplesmente adotá-lo como moeda oficial, como fez El Salvador, ou regulamentar cobrança de imposto sobre ganhos com Bitcoin, como fez o Brasil.

Ainda que um governo não invista ou adote diretamente, o uso do BTC pode beneficiá-lo de outras formas ao ser utilizado pelos seus cidadãos.

Por exemplo, o Brasil foi um dos 25 países que mais registraram lucros com negociações de BTC. É certo dizer que, nesse sentido, o país foi um dos mais utilizou a criptomoeda no mundo? Talvez, visto que o Brasil também é país da América Latina que tem o terceiro maior volume nas negociações em P2P.

Simultaneamente, empresas também começam a perceber as vantagens de investir em Bitcoin – e, ao contrário de uma das críticas, são as grandes empresas. Companhias como Tesla e MicroStrategy deram o pontapé inicial a esse movimento, investindo bilhões de dólares para diversificar seus caixas. Logo, elas “usam” a criptomoeda como uma reserva de valor e parte de seu balanço.

Casos de sucesso no uso de criptomoedas

Na verdade, criptomoedas deixaram de ser produto de nicho muito antes de El Salvador. Desde 2017, o Japão reconhece o uso do BTC como meio de pagamento legal no país, sendo a primeira economia desenvolvida a ter criado uma regulamentação desse tipo.

Consequentemente, mais de 7 mil lojistas disponibilizam a criptomoeda como opção de pagamento, em contraste com a vizinha China, cujo governo lança constantes proibições e perseguições a mineradores e negociantes de criptomoedas.

Por outro lado, o mercado financeiro também expandiu seu interesse pelas criptomoedas através da adesão de fundos e milionários. Ray Dalio, Stanley Druckenmiller, Paul Tudor Jones, todos foram críticos do BTC um dia. Hoje, eles “utilizam” a criptomoeda como proteção para o que acreditam ser desarranjos do cenário econômico atual.

Até mesmo países mudaram de ideia em suas críticas, notavelmente Rússia e Irã. Na visão desses governos o BTC até pode ser um inimigo, mas ele também pode servir como arma contra um inimigo em comum: as sanções implementadas pelos Estados Unidos.

Foi nesse sentido que o Irã flexibilizou as regras da mineração de criptomoedas no país. Afinal, a receita oriunda da atividade, bem como os BTCs minerados, são uma arma geopolítica atrativa aos olhos dos aiatolás iranianos.

Em outras palavras, o BTC está longe de ser adotado apenas por pequenos, sejam empresas ou países. Eventualmente, o mundo poderá escolher adotar seu novo “padrão Bitcoin.”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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