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Artista irlandês cria tokens de si mesmo utilizando sangue próprio

A relação entre as criptomoedas e as artes plásticas tem crescido para além da utilização da tecnologia blockchain como plataforma de venda e, como mostra uma reportagem do New York Times, cada vez mais artistas têm abordado o tema em suas obras, como Kevin Abosch, um artista conceitual e fotógrafo irlandês que vive em Nova York.

Abosch conta que após a venda da foto “Potato#345” por R$4,37 milhões começou a pensar na relação valor/obra/artista e concluiu que “o valor monetário da obra é, para a maioria dos artistas, uma extensão do artista, e assim, você começa a se sentir como uma mercadoria. Para controlar essa sensação, em alguma medida, comecei a pensar em mim mesmo como uma moeda”.

Foi então que o artista voltou seus olhos para a blockchain e para os contratos inteligentes da Ethereum, no qual criou seu próprio token, com um suprimento de 10 milhões de unidades, a IMMA Coin. Mas, para o artista, a monetização em si não faria sentido se os tokens não estivessem conectados ao seu corpo e então solicitou a extração de seis frascos de sangue de seu organismo, carimbou em sangue o endereço do contrato em 100 pedaços de papel, para, segundo ele “vender pedaços” de si próprio.

A proposta de Abosch tem atraído um certo hype e obras como “YELLOW LAMBO” (2018), uma escultura de neon, com um endereço de blockchain que simboliza o Lamborghini, atingiram recordes de preços. A peça é uma referência à uma piada, meio séria, que circula nas comunidades de criptomoedas, sobre o uso dos lucros nas transações com moedas virtuais para comprar um Lamborghini.

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“Você conversa com pessoas do mundo das criptomoedas que colocam milhões de dólares em moedas lastreadas por nada, mas que não compreendem como é que uma obra de arte pode ter valor. Em seguida você conversa com pessoas do mundo da arte que não compreendem por que alguém investiria dinheiro em uma forma de arte sem manifestação física. É nesse ponto que as coisas começam a me entusiasmar”, acrescentou Abosch.

Parte do trabalho de Abosch não tem qualquer presença visual, a obra “Forever Rose”, ainda que inspirado por uma fotografia de uma flor, só existe na forma de um único bloco de blockchain, vendido a 10 pessoas em fevereiro por US$1 milhão e que segundo o artista, seria a forma mais pura da arte, sendo apenas a ideia pura sem a manifestação física.

Uma extensão do projeto “IAMA Coin” de Abosch, chamada “Personal Effects”, foi exibida recentemente pelo Museu Estatal Hermitage, em São Petersburgo, Rússia, e em uma conferência recente do centro Rhizome, “Seven on Seven”, foram mostrados três projetos que usam a tecnologia das criptomoedas.

Abosh, ainda pretende transformar Manhattan em uma criptomoeda, para o projeto que será mostrado em breve, ele criou 10 mil unidades de uma criptomoeda para cada rua de Manhattan e depois imprimiu os endereços de contato em um mapa de 1,80 metro de altura. Este mês, colecionadores poderão comprar as moedas, ou obras de arte virtuais, por alguns dólares por peça. Novos projetos estão por vir .”O que quer que isso seja”, disse Abosch, “estou bem no meio da coisa”.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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