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Arthur Hayes dá sua opinião sobre possível ‘nova Terra (LUNA)’

Um projeto chamado Etherna Labs e sua stablecoin (USDe) tiveram uma adoção notável, com seu valor de mercado aumentando mais de 40% na última semana e 400% no último mês, atingindo US$ 840 milhões. Após o revés da queda do ecossistema Terra, surgiram preocupações na comunidade sobre o lançamento da USDe.

Isso porque o modelo da stablecoin é bastante parecido com o da Terra, inclusive na remuneração dos detentores da USDe. Por isso, a comunidade alertou que o projeto pode crescer e ter o mesmo fim da Terra. A rede criada por Do Kwon colapsou em maio de 2022, causando perdas superiores a US$ 40 bilhões.

No entanto, Arthur Hayes está otimista com a Ethena, vendo o projeto como o principal concorrente para entregar um dólar sintético baseado em uma blockchain pública. Nesse sentido, Hayes coloca a USDe como uma rival em potencial para a USDT, emitida pela Tether.

USDe não é UST, diz Hayes

A Ethena Labs lançou seu dólar sintético USDe na rede pública em 19 de fevereiro, oferecendo um rendimento percentual anual (APY) de 27,6%. Isso fez o mercado ficar apreensivo com o projeto, já que esse rendimento supera os 20% fornecidos pelo Anchor Protocol na UST da Terra antes do colapso.

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Mas Hayes esclareceu que o método pelo qual o USDe gera rendimento difere totalmente daquele do UST. O fundador da BitMEX explicou que a Ethena utiliza dois ativos para gerar rendimento: rendimento de staking de ETH e financiamento de swap positivo.

Essa combinação é responsável por gerar o rendimento do USDe, que independe do valor do token de governança da Ethena. Portanto, de acordo com Hayes, USDe e UST geram rendimento através de mecanismos distintos da Terra.

“À medida que as pessoas passam a acreditar que o rendimento da USDe não é falso, a circulação do USDe crescerá. O próximo passo é possuir um pedaço do mercado. É aí que entra em jogo o token de governança do Ethena”, disse Hayes.

Diferentes riscos da ‘nova Terra’

Hayes também destacou que a Ethena acarreta risco de contraparte cambial, pois não é descentralizada e não pretende sê-lo. Em vez disso, o projeto mantém posições curtas de swaps perpétuos em exchanges centralizadas de derivativos.

Caso as exchanges não consigam cumprir as suas obrigações, tais como pagar lucros em posições de swap ou devolver garantias depositadas, a Ethena poderá incorrer em perdas de capital.

Para lidar com esse risco, Hayes explicou que o projeto emprega custodiantes terceirizados. Mas isso traz um risco de contraparte caso os custodiantes não liberem os fundos. Este é o mesmo risco que a Tether possui com a USDT, que tem como lastro ativos custodiados por bancos.

Enquanto a stablecoin Tether enfrente risco de contraparte com bancos TradFi, o risco da Ethena está com as exchanges de derivativos e custodiantes de criptomoedas. No entanto, é importante notar que estas plataformas também investem na Ethena e têm interesse em manter a segurança e garantir pagamentos adequados para a rede.

Por outro lado, os bancos tradicionais que a Tether utiliza como custodiantes não apoiam criptomoedas e veem as stablecoins como uma ameaça à sua existência, disse Hayes. Consequentemente, os seus incentivos não estão alinhados com o sucesso da USDT, assim como ocorre com os reguladores.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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