Tecnologia

Apple retira app da loja devido a recurso de gorjetas em Bitcoin

O aplicativo Damus, ferramenta de acesso ao protocolo Nostr, baseado na rede Bitcoin, anunciou que a Apple decidiu retirá-lo da loja de aplicativos App Store. De acordo com o anúncio desta terça-feira (13), a remoção do aplicativo ocorrerá no prazo de 14 dias. 

Segundo a equipe do Damus, o motivo da remoção é que o aplicativo supostamente “violou” as diretrizes da App Store. O perfil do Damus publicou uma captura de tela da mensagem da Apple anunciando a retirada do aplicativo.

Com isso, os usuários do Nostr, protocolo de comunicação descentralizado criado sobre a blockchain do Bitcoin (BTC), não poderão mais utilizar a ferramenta. A Apple não bloqueou o Nostr em si, mas dificultará seu uso ao retirar o aplicativo, que traz uma interface mais amigável ao protocolo.

Função de “gorjetas” em Bitcoin motivou remoção

De acordo com as diretrizes da Apple, os aplicativos possuem uma série de limitações para envio de pagamentos. Por exemplo, um serviço não pode disponibilizar funções de monetização ou pagamento além daquelas estabelecidas diretamente no aplicativo.

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Só que o Damus possui uma função chamada “Zaps”, ou gorjetas, que fere justamente essa regra. Com a função, usuários podem mandar satoshis – pequenas frações de BTC – para outras pessoas. Isso geralmente ocorre quando a pessoa gosta de alguma publicação e deseja remunerar seu autor.

Todavia, o Zaps é uma função que utiliza a Lightning Network para realizar os pagamentos. Dessa forma, os criadores não precisam do aplicativo, nem da App Store, nem de uma carteira para receber seus fundos. E foi aqui que a Apple identificou a suposta violação do aplicativo.

“Damus será removido da App Atore em 14 dias, a Apple diz que a função Zaps não é permitida em sua plataforma porque ‘pode’ ser usada por criadores de conteúdo para vender conteúdo digital. Isso é um pouco antes de darmos nossa palestra no fórum da liberdade de Oslo sobre como as redes sociais descentralizadas e a Lightning estão trazendo liberdade financeira para as massas”, afirmou a equipe.

A equipe do Damus disse, em resposta a um usuário, que a alegação da Apple não faz sentido. O aplicativo, conforme a explicação, não vende conteúdos digitais, mas é apenas uma rede social. De fato, o Damus possui uma interface semelhante ao Twitter e não realiza negociações.

Porém, a equipe não informou se pretende recorrer da decisão da Apple.

Apple e criptomoedas

Nos últimos dez anos, a relação entre os usuários de criptomoedas e a Apple viveu momentos de amor e ódio. Por exemplo, a empresa da maçã chegou a banir a Blockchain.info, então a carteira mais popular de Bitcoin do mundo.

Na época, a empresa também alegou que a carteira violava as diretrizes dos aplicativos da App Store. Como resultado, diversos entusiastas e defensores do BTC reagiram destruindo seus dispositivos da Apple, sobretudo os iPhones.

Só que recentemente o alto escalão da empresa mudou essa postura e se mostrou mais aberto ao setor. O próprio CEO da Apple, Tim Cook, alegou que possui Bitcoin como parte de seu portfólio, embora tenha dito que a Apple provavelmente não comprará BTC.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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