A 3ª Vara Federal Criminal revogou, na última segunda-feira (12), uma das prisões preventivas de Glaidson Acácio dos Santos. O ex-garçom ficou conhecido como “Faraó dos Bitcoins” por aplicar um golpe bilionário prometendo investimentos em Bitcoin por meio de sua empresa com sede em Cabo Frio (RJ), a GAS Consultoria.
Glaison está preso desde agosto de 2021 e responde por diversos crimes, incluindo, por exemplo, estelionato, homicídio, tentativa de homicídio e crimes contra o sistema financeiro nacional.
De acordo com as investigações, a sua empresa GAS movimentou R$ 38 bilhões em um golpe. A empresa prometia altos rendimentos mensais a partir de supostas aplicações em Bitcoin.
Prisão do Faraó dos Bitcoin é revogada
De acordo com uma reportagem do GLOBO, a revogação é referente a um processo por estelionato que Glaidson teria cometido contra duas pessoas. Com uma das prisões preventivas revogadas, restam ainda seis prisões contra o ex-garçom.
Dessa forma, o Faraó dos Bitcoins segue preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, onde aguarda julgamento por 13 ações penais. Na decisão que decretou a revogação da prisão preventiva, a juíza federal Rosália Monteiro Figueira cancelou o mandado de prisão contra o investigado.
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Contudo, a magistrada indeferiu pedido da defesa de Glaidson para anular as provas contra ele. Os advogados pontuaram no pedido os “princípios da segurança jurídica e credibilidade do sistema judiciário”.
A Justiça transferiu Glaidson de Bangu I, na Zona Oeste do Rio, para Catanduvas por acusações de estar chefiando uma quadrilha de dentro da cadeia.
A defesa dele quer que ele retorne ao Rio de Janeiro e requereu isso por meio de um habeas corpus que ainda aguarda julgamento
“Diante dos argumentos apresentados pela defesa, estamos muito confiantes no retorno de Glaidson para o presídio Joaquim Ferreira (Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio)”, disse a defesa.
Eliminação da concorrência
Como mencionado, Glaidson também responde por homicídio e tentativa de homicídio. Ele teria formado uma organização criminosa a fim de “assassinar concorrentes”, segundo o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP.
A quebra do sigilo telefônico do Faraó dos Bitcoins revelou que ele emitia a seus subordinados ordens diretas para “eliminar” a concorrência.
Em dezembro do ano passado, as autoridades concluíram que Glaidson é um dos responsáveis pelo assassinato do trader de criptomoedas Wesley Pessano, de 19 anos. Conforme noticiou o CriptoFácil, Pessano foi morto a tiros dentro de um Porsche, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, em agosto de 2021. Pessano era sócio da empresa Ares Consultoria, com sede em Cabo Frio, mesma região da GAS.
No dia seguinte ao assassinato de Pessano, houve uma movimentação bancária de R$ 1 milhão em uma conta ligada a Glaidson. Portanto, o MP do Rio de Janeiro suspeita que Glaidson tenha usado esse valor para pagar pelo crime.