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Apesar de investimentos e desenvolvimentos, Lightning Network ainda não “serve para nada”

A Lightning Network, apontada como principal solução para resolver problemas de escalabilidade da blockchain do Bitcoin, ainda não “mostrou” seu potencial em ajudar a tornar o BTC um meio de pagamento popular. A constatação pôde ser feita durante um evento, realizado em 27 de fevereiro, em São Paulo. A Bitcoin Assembly promoveu o encontro e teve apoio da Ripio, Mercado Bitcoin, Biscoint e Nox Bitcoin.

O evento contou com a presença da CEO da Lightning Labs, Elizabeth Stark, que esteve acompanhada por cerca de 15 membros da equipe de desenvolvimento da LN.

Durante o evento, Stark esbanjou simpatia, falou em português, fez brincadeiras e respondeu às principais perguntas dos participantes. Conversou com o público e se mostrou muito empolgada com os desenvolvimentos que a LN vem fazendo. Em especial, apontou que a Lightning Labs também terá uma linha ‘privada’ de produtos voltados a oferecer integrações e interações, institucionais e de varejo, com a LN, como é o caso do recém lançado Lightning Loop.

LN carece de ser simples

Contudo, apesar do carisma e do trabalho em torno do projeto, Stark ressaltou que a LN ainda é um protocolo ‘em teste’. Portanto, possui limitações, sendo a principal delas a usabilidade. A CEO chegou a dizer que este é o ponto chave da LN e, apesar de todas as soluções técnicas, a LN carece de ser simples.

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“Este é um ponto chave e que leva tempo até que possamos tornar isso fácil. Hoje a LN não é simples. Não é simples abrir um canal de pagamento, mas queremos tornar tudo tão fácil que qualquer usuário possa utilizar. Este é um ponto chave, mas acredito que também não vamos conseguir fazer sozinhos e todas as empresas que constroem soluções baseadas na LN precisam ajudar a tornar a experiência mais fácil”, disse.

O aspecto levantado por Stark para o sucesso da LN também foi destacado por participantes do evento. Eles enviaram perguntas sobre as dificuldades em abrir um canal de pagamento ou de entrar em um canal aberto para transacionar seus Bitcoins. Stark respondia às perguntas, mas, a cada resposta, o “ponto chave” ficava mais nítido. Ou seja: a LN não é usual.

Os aplicativos nos smartphones nos mostraram que a tecnologia não pode vir mais com manual de instrução. Ao toque dos dedos e sem a necessidade de legendas, devo conseguir transacionar milhões ao mesmo tempo em que recebo uma notícia sobre o Irã ou curto um momento em uma rede social. Por isso, as empresas investem minhões em Design UX e experiência de usuário, pois, se ninguém consegue usar um determinado recurso, ele não serve para nada.

“LN é como Deus”

Em São Paulo, Stark acabou por revelar que a LN ainda é como um Deus, no qual você precisa ter fé e acreditar. Acreditar que não haverá limite para os canais. Acreditar que as taxas não serão altas com o maior uso da rede. Acreditar que as taxas permaneceram baixas mesmo com uma possível adoção em massa e, principalmente, acreditar que as pessoas “comuns” realmente um dia vão conseguir usar a LN como abrem o Tik Tok, pois, isso no fim é o mais importante, inclusive na visão de Stark.

Contudo, aparentemente ainda falta muito para que a LN seja simples. Enquanto os defensores da tecnologia argumentam que a Lightning Labs e a LN tem menos de quatro anos e que ainda é um “bebê”, que muito desenvolvimento vem sendo feito, que fez avanços, o Banco Central do Brasil lançou o PIX, o Facebook a Libra, a China seu yuan digital. Todos pensando primeiro em como o usuário, que não entende nada sobre protocolos, conseguirá interagir com aquele novo produto financeiro.

Talvez os mercados centralizados tenham alguma lição a ensinar sobre interação.

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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