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Agente especial do DEA fala sobre o uso de criptomoedas por criminosos

No episódio do dia 08 de maio do podcast Off the Chain, apresentado pelo associado da Morgan Creek Digital Anthony Pompliano (também conhecido como Pomp), o agente especial do Drug Enforcement Administration (DEA) Patrick O’Kain foi entrevistado.

O DEA é um órgão de polícia federal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos responsável pelo combate às drogas. O’Kain começou falando sobre sua jornada nas agências policiais, iniciada na CIA durante a incursão dos Estados Unidos no Iraque. Ao retornar para o seu país, O’Kain recebeu uma proposta do FBI (polícia federal dos Estados Unidos) e outra do DEA – tendo o agente escolhido esta agência.

Após descrever sua trajetória, ele começa a falar sobre as criptomoedas e o crime.

Observadas desde o início

O’Kain frequentou a academia do DEA entre 2010 e 2012. Ele menciona que, durante os treinamentos realizados, os alunos recebem uma instrução sobre o vasto campo de atuação da agência e as ferramentas utilizadas para agir adequadamente nestas áreas. Foi quando ele ouviu pela primeira vez sobre criptomoedas.

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“Logo quando estava na academia, entre 2010 e 2012, eu ouvi sobre criptomoedas. Ainda era algo muito novo, mas o DEA já estava de olho na possibilidade de utilização destas moedas nos esquemas de lavagem de dinheiro.”

O’Kain atualmente faz parte do departamento responsável por investigar casos de lavagem de dinheiro na divisão do DEA de Nova York, especializando-se em criptomoedas. Ele conta à Pompliano que sua busca por casos interessantes fez com que ele chegasse até as moedas digitais, estando ele envolvido nas investigações da Silk Road – site antigamente hospedado na deep web, desmantelado em 2014.

O agente especial do DEA completou que, com base em dados da agência, menos de 1% das transações de Bitcoin estão relacionadas a transações ilícitas – o que contraria o típico discurso dos críticos às criptomoedas sobre o Bitcoin e os demais ativos digitais serem utilizados para o financiamento de causas escusas.

Rastreabilidade de moedas fiduciárias versus rastreabilidade de criptomoedas

Pomp pergunta a O’Kain o que é mais fácil para o DEA: investigar casos em que moedas fiduciárias são utilizadas para lavar dinheiro, ou casos em que as criptomoedas são movimentadas para este fim. O agente especial responde:

“Os casos com dinheiro físico são definitivamente os mais difíceis, é muito difícil rastrear as cédulas físicas. Quando é o dinheiro eletrônico, movimentado em contas bancárias, é muito fácil para rastrearmos e encontrarmos os culpados, pois as quantias precisam passar por instituições financeiras. Desta forma, é só coletarmos informações suficientes nesses casos e reduzirmos o número de instituições que poderão ser utilizadas para transicionar as quantias. No caso das criptomoedas, apesar de ser extremamente fácil rastrear o fluxo de dinheiro, é difícil saber quem são os proprietários das carteiras para as quais os ativos são enviados.”

O apresentador do podcast pergunta então o que O’Kain prefere: investigar, casos com moedas fiduciárias ou criptomoedas. Ele responde:

“Essa é a minha opinião e não a do DEA: eu prefiro muito mais investigar casos de lavagem de dinheiro com criptomoedas na Dark Web, pois eu acho muito mais fácil. Existem muitas pessoas inteligentes na agência que desenvolvem frequentemente ferramentas para tornar o processo de rastreamento ainda mais simples.”

Moedas focadas em privacidade

Pompliano sai um pouco do Bitcoin e questiona O’Kain sobre a utilização de moedas focadas em privacidade, como Monero e ZCash.

“Nós não temos muitas informações ainda sobre moedas focadas em privacidade, então eu não vou opinar nesse ponto. Nós temos muitos dados sobre Bitcoin, mas não coletamos muitos dados sobre transações com moedas focadas em privacidade.”

O’Kain completa fazendo uma intersecção entre a realidade das agências policiais e as moedas focadas em privacidade:

“No fim, é preciso encontrar apenas a primeira pessoa do esquema para acabar com a ‘privacidade’. Após alguns apertos, ela logo vai delatar todo o esquema.”

O futuro

No último quadro de perguntas, O’Kain deixa claro sua crença de que as criptomoedas representam o futuro do dinheiro, e será necessário acompanhar de perto os desenvolvimentos para que as agências não fiquem para trás.

“É complicado em uma agência como o DEA, onde são conduzidas investigações, ainda nos mantermos atualizados com todos os forks e desenvolvimentos sobre os diversos tipos de criptomoedas. Portanto, um dos maiores desafios da agência, tendo em vista que criptoativos são o futuro, será se manter atualizada com estas evoluções.”

Leia também: Polícia Federal cria guia para apreensão de Bitcoin e criptomoedas usados em casos ilícitos

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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