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Mark Scott, ex-advogado do esquema de pirâmide OneCoin, enfrentou um rigoroso acerto de contas legal. O juiz Edgardo Ramos, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, condenou Scott a dez anos de prisão.
Essa condenação junta-se a outra de 2019, que considerou Scott culpado por acusações de conspiração para cometer fraude bancária e lavagem de dinheiro.
Fundada por Ruja Ignatova em 2014, a OneCoin se vendia como uma criptomoeda que iria “acabar com o Bitcoin”. No entanto, o esquema começou a ruir em 2017, quando autoridades acusaram a OneCoin de operar uma pirâmide financeira e Ignatova fugiu. Estima-se que a empresa desviou mais de US$ 5 bilhões, o que faz dela um dos maiores esquemas de criptomoedas da história.
A condenação de Scott, cuja carreira foi de profissional jurídico a criminoso condenado em menos de cinco anos, é um movimento que deu errado. Empregado como sócio do escritório de advocacia Locke Lord de junho de 2015 a setembro de 2016, Scott parecia ter uma ótima carreira.
No entanto, o seu envolvimento com a OneCoin e os seus fundadores, Ruja Ignatova e Karl Sebastian Greenwood, marcou a sua queda. Os promotores revelaram que Scott teve papel fundamental na lavagem de milhões para a OneCoin a partir de 2016.
O ex-advogado empreendeu esforços na criação de fundos de investimento falsos para movimentar os rendimentos ilícitos. Com isso, ele teve papel fundamental para que o esquema da OneCoin se mantivesse de pé. Em troca de seus serviços, Scott recebeu mais de US$ 50 milhões da empresa.
O advogado gastou tudo em carros de luxo, um iate e imóveis de alto padrão. Mas a “ostentação” chamou atenção das autoridades, que passaram a investigá-lo.
O impacto das ações de Scott vai muito além do estilo de vida luxuoso que ele financiou através de seus esforços criminosos. A princípio, os promotores buscaram uma pena mínima de 17 anos. Em contraste, a defesa de Scott defendeu a clemência, retratando-o como um “homem falido” que já suportou quatro anos de confinamento domiciliar. Por fim, o juiz Ramos optou pelo meio-termo, aplicando a pena de dez anos.
A sentença de Scott lança uma longa sombra sobre a indústria de criptomoedas. Seu caso, no entanto, não é isolado, com outras figuras de destaque enfrentando batalhas legais, como o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, o ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao, e o ex-CEO da Celsius, Alex Mashinsky.
Além de sua sentença de prisão, Scott também perdeu o direito a praticamente todos os seus bens, incluindo contas bancárias, um iate, dois Porsches e propriedades imobiliárias. O valor total do patrimônio do advogado pode chegar a US$ 393 milhões, de acordo com avaliação dos promotores.
No entanto, a saga da OneCoin está longe de terminar com a prisão de Scott. O cofundador Karl Sebastian Greenwood recebeu uma sentença de 20 anos de prisão em setembro de 2023, e sua esposa, Ruja Ignatova, continua foragida. Em maio de 2022, a Interpol a colocou na lista dos mais procurados, mas ainda não há pistas do seu paradeiro.
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