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A morte do unicórnio? Baixa no Ethereum chacoalha a Consensys

A avalanche que atingiu o mercado de criptomoedas ao longo de 2018, jogando os preços para baixo, tem feito com que muitos projetos anunciem reestruturação para se adaptar à nova realidade de baixa. Exchanges no Brasil e em todo o mundo têm reduzido ou otimizado suas estruturas, para continuar crescendo mesmo com o orçamento mais enxuto.

Este é o caso do maior hub de inovação baseado em Ethereum e fundado pelo cocriador do ETH Joseph Lubin, que em um e-mail enviado aos seus 1.200 funcionários espalhados pelo mundo (só no Brasil, estimativas dizem que existem 10 deles) expôs a visão para o que ele chamou de “Consensys 2.0”, que tem como objetivo eliminar projetos de baixo desempenho atualmente em andamento.

“Devemos manter e, em alguns casos, recuperar a mentalidade de uma startup enxuta que nos fez quem somos. Agora nos encontramos ocupando um universo muito competitivo. Devemos reconhecer que o que nos trouxe até aqui provavelmente não nos levará para lá, onde quer que ‘lá’ esteja”, afirmou.

Como destaca a Forbes, no final de 2014, alguns meses depois do Ethereum ter sido lançado por meio de um crowdsale, no qual cada token valia US$0,30, Lubin criou a ConsenSys, descrita por ele como um “organismo” global para construir aplicações e infraestrutura para um mundo descentralizado, no entanto, em seu hub, ele é o arquiteto, o CEO e o banqueiro central, financiando todos os “spokes” da ConsenSys com seu patrimônio pessoal de criptomoedas, que, segundo estimativas, já chegou a mais de US$5 bilhões (na alta histórica do Ethereum).

No entanto, sobre a atual “crise” na ConsenSys, Lubin não revelou quais são as estratégias e setores que terão corte de gastos e embora tenha destacado que não haverá, no momento, demissão de funcionários, rumores indicam que até 40% do quadro de empregados da startup será eliminado. 

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“No ConsenSys 1.0, nós construímos um laboratório instrumentado para provar que a lua existia, usando engenharia complexa e argumentos filosóficos matemáticos e criativos. Agora, precisamos de um foguete aerodinâmico para nos levar até lá, uma vez que a prova real, em última análise, está no pouso”, destacou.

Apesar dos cortes, Lubin fez questão de salientar que isso não diminuiu seu entusiasmo sobre a revolução que a tecnologia cripto/blockchain pode proporcionar, pelo contrário, ele acredita que a necessidade de reestruturação é prova de que o mercado está mais competitivo e evoluindo. “[o mercado] É focado, está adicionando rigor, está adicionando responsabilidade e está abrindo a ConsenSys mais para o mundo”, explicou ele, salientando que as criptomoedas são a evolução natural do dinheiro e que o Ethereum está a apenas alguns anos de uma “descentralização profunda” que vai alimentar uma mudança cataclísmica na sociedade, de uma “escassez para uma mentalidade de abundância”. O Criptomoedas Fácil tentou conversar com Safiri Felix, atual business developer da ConsenSys no Brasil, mas ele preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Em outra oportunidade o fundador da ConsenSys enfatizou que o uso do Ethereum será cada vez maior com o passar do anos e citou como exemplo, países em desenvolvimento como as Filipinas que desenvolveu aplicações que estão conectando bancos e pessoas por meio de sistemas de pagamento com criptomoedas.

“Eu acredito na tecnologia blockchain por causa das pessoas por trás disso. Os desenvolvedores, engenheiros e tecnólogos que constroem. Os especialistas em contratos inteligentes que auditam e protegem o código. Os designers que se importam profundamente com a experiência do usuário. Os comerciantes que contam a história da Web3”, enfatizou.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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