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A maior aplicação Blockchain que existe (parte 2)

Recentemente, em uma mesa redonda no Youtube (excelente, aliás, do grupo da Mercurius Crypto), foi levantada a seguinte pergunta: Se o Blockchain sumisse, desaparecesse hoje (como se Thanos chegasse com as Joias do Poder), que impacto prático isto teria em cada uma das nossas vidas?

Um dos membros da mesa até chegou a dizer que, na prática, exceto por ele trabalhar com investidores no setor, mas na sua rotina do dia, pouco seria afetado.

Quem seria mais afetado em suas vidas são os usuários de Stablecoin.

Entre as principais vantagens das Stablecoins sobre os sistemas tradicionais, temos:

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  • Baratearam o câmbio para países onde o sistema bancário é complicado.
  • Permitiram uma bolsa de criptomoedas análoga a bolsa tradicional.
  • Funcionam 24/7 e conseguem transações mais rápidas, mais baratas e com menos cliques que bancos.
  • São e devem ser o instrumento preferencial de produtos mais avançados de investimento como DeFi’s, NFTs, dApps e o que mais estiver por vir.

Tipos de Stablecoins

Todo token baseado em tecnologia Blockchain visam se parear, ou seja, ser 1-por-1 com a moeda alvo. Existem Stablecoins de todo tipo de valor: Grama do ouro, Dólares, Euros, Reais ( o BRZ, o projeto Blockchain mais utilizado do Brasil e a mais usada Stablecoin fora do Dólar), e até mesmo Bitcoin.

As stablecoins são de 3 tipos:

Lastreadas em ativos (ou fiat-backed)

Estas compõe as mais utilizadas, e, portanto, as que atraem de mais confiança do mercado – USDT, USDC e BUSD – em ordem uso e popularidade. Dizer que são “lastreadas” significa que tem ativos que igualam a quantidade de tokens emitidos, ou ainda podemos dizer ativos “colateralizados”. Guardados como garantia.

Aqui vale a ressalva que até a data da composição deste artigo, a única aprovada pelo NYDFS foi a menos popular, a BUSD, do grupo Paxos/Binance. Ou seja, as duas apenas alegam que possuem dinheiro, em nota ou títulos do tesouro  americano (daí fiat-backed) que cobrem a quantidade emitida, do ponto de vista institucional. Por muito tempo a USDT, da Tether Inc – dona da corretora Bitfinex – foi alvo de controvérsias, sendo até apontada como a causa dos altos preços da cripto, como se fosse o “ar” dentro da bolha e não ter os ativos para compensar a emissão que não se provou verdadeira durante esta queda de preços, este “bear market”. A Tether não confirma, mas muitos alegam que parte do seu colateral também incluiria Bitcoins e outras moedas compradas com sua própria moeda.

A USDC da Circle Consortium deve seguir a direção da Paxos/Binance e abrir seus cofres para o NYFDS para conquistar a confiança institucional. Esta postura tem se refletido em um aumento de popularidade àquelas que seguem este caminho. A USDT, por ser mais antiga (e ter inspirado as outras) passou de uma posição de dominância completa em 2018 para uma parcela, ainda líder, de 43%, mas seguido bem de perto pela USDC com 35% e a BUSD com 12%, e estas últimas duas vem crescendo rapidamente, tomando estes espaços antes dominados pelo USDT.
Estamos falando de um mercado total de US$ 160 bilhões de dólares.

 

Lastreadas em criptomoedas (ou cripto-backed)

Apesar de menos utilizadas ou conhecidas, as lastreadas em criptomoedas não são menos confiáveis por este motivo. Muitas são projetos sérios que não possuem grandes bancos e conglomerados financeiros por trás. São o caso da DAI da MakerDAO da CUSD – da Celo Foundation.

Ambas circulam em volume significativamente menor que as top 3, mas nem por isso são menos importantes, pois visam empoderar comunidades com difícil acesso a dinheiro e forma de custódia e manejo, como apps e contas digitais. São projetos que valem a pena conhecer e que certamente falaremos mais delas mais adiante.

A DAI ocupa um lugar entre as top 10, e o CUSD entre as top 20. São projetos que já demonstraram estar sobrecolateralizadas e ajustadas com seus caixas e emissões.

Algorítmicas

As chamadas “Algoritmicas” tem este nome por funcionarem inteiramente na base de algoritmo criado em cima da moeda. Dois exemplos são a Nirvana – feita com Solana – e a UST, feito pela Terraluna. Estes dois exemplos tem algo em comum: Um fim trágico.

Ambas foram hackeadas levando o dinheiro dos investidores a próximo de zero. E indicando que este tipo de aplicação ainda está aquém de bons resultados, sobretudo seguros. A própria DAI, citada acima, é uma espécie de híbrido entre lastreada em cripto e algorítmica.

Outros projetos interessantes são USDD – ligado a Tron, e a Neutrino USD, da mesma.

É obvio que este artigo está longe de exaurir todo o conteúdo e potencial das Stablecoins. Contudo, a ideia aqui a foi trazer uma atualização sobre quem lidera o mundo das aplicações inspiradas no Bitcoin, e também utilizando a base de desenvolvimento em termos de uso, alcance e presença comercial.

Por vezes, pensando e conversando com amigos da área, se não poderíamos acabar fazendo todas estas soluções utilizando apenas Bitcoin. Mas talvez você ainda não esteja preparado para esta conversa.

Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil.

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Fabiano Dias

Diretor de Negócios Internacionais pela Bitwage, uma das pioneiras e líder do setor de criptomoedas. Trabalho com criptomoedas desde 2015 e já fui conferencista e participante dos principais eventos ao redor do globo, com Bitconf BR, Labitconf, Decentralizar, Bitcoin & Blockchain Prague e Viva Tech Paris.

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