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A impressora de dinheiro da Tether está a todo vapor

Recentemente, o mercado presenciou seguidas impressões bilionárias de Tether.

A primeira impressão ocorreu no dia 10 de fevereiro, quando a rede viu 1 bilhão de USDT serem impressos. Depois, no dia 13 do mesmo mês, mais uma impressão de 1 bilhão de USDT foi percebida.

Mais recentemente, mais 1 bilhão de USDT foram inseridos no mercado de criptomoedas. Ou seja, na última semana, a Tether imprimiu 3 bilhões de USDT, o que gerou algumas indagações de integrantes da comunidade.

Se você não conhece o USDT, ele é uma stablecoin cujo valor deveria ser lastreado em dólar americano (USD). Entretanto, os críticos da Tether alegam que as emissões realizadas pela empresa não são auditadas por terceiros independentes o que, na prática, permitiria a empresa criar dólares digitais sem lastro.

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Explicações da Tether

Na quinta-feira (10), o CTO da Tether, Paolo Ardoino, rapidamente se pronunciou dizendo que essa impressão bilionária seria, na verdade, uma reposição de estoque entre as redes que servem a empresa.

Todavia, novas dúvidas surgiram: se fosse uma troca de tokens emitidos em redes diferentes, a comunidade também teria visto a queima correspondente dos tokens USDT — o que não ocorreu.

Posteriormente, um usuário do Twitter, Luca Land, afirmou ter conseguido rastrear toda a cadeia de uma dessas impressões.

De acordo com o usuário, todos os fundos emitidos (do bilhão analisado por ele) foram para Bitfinex, Huobi, RenrenBit, Binance e FTX – sendo a FTX a maior destinatária, seguida pela Binance.

Em entrevistas ao The Block, Ardoino afirmou que os clientes dessas exchanges desejam comprar Bitcoin. Logo, esses clientes enviam USD e, em seguida, essas exchanges convertem USD para USDT, e então para em Bitcoin.

Esse método, de acordo com Paolo, seria mais rápido e conveniente.

Nova dúvida: por que alguém teria um duplo trabalho – converter dinheiro fiduciário (USD) em tokens (USDT) – para poder comprar Bitcoin? Não seria mais lógico comprar BTC utilizando uma moeda com lastro (dólar, por exemplo)?

O tamanho do monstro

Atualmente, mais de 70% dos Bitcoins no mundo são negociados através do par com USDT — veja o gráfico interativo aqui.

Aliás, a stablecoin é muito utilizada em negociações com margem (alavancadas), sendo que, atualmente, os usuários de varejo são responsáveis por uma alavancagem excessiva no mercado futuro.

Por isso, na dúvida, fique com a seguinte provocação: se não há garantias de que o USDT valerá alguma coisa no futuro, manter o saldo dos usuários em USDT é um excelente negócio para as exchanges – ela é obrigada a entregar o token (USDT), não o dinheiro fiduciário (USD).

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Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil.

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José Domingues da Fonseca

Advogado e entusiasta do mundo cripto. Nascido no interior de São Paulo e acolhido pela cidade maravilhosa. Também é apresentador do Bitcast e fundador da Universo Cripto. Conheça mais em jota.site/k7e3

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