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85% dos Bitcoins minerados e corte de juros; Quais os possíveis impactos no preço do Bitcoin?

Na última quinta-feira, 01 de agosto, o Bitcoin voltou a estabelecer um novo marco em sua curta história. Dados do site de estatísticas Blockchain.com mostraram que o número mágico de 17.850.000 Bitcoins já foram minerados.

Bitcoins em circulação

E por quê esse é um número mágico? Por que significa que 85% dos Bitcoins existentes já foram minerados e estão em circulação. Com isso, restam apenas mais 3,15 milhões de novas unidades do criptoativo para serem lançadas ao mercado.

Levando em conta o halving que ocorre a cada quatro anos em média, isso significa que esses 3,15 milhões de Bitcoins serão emitidos pelos próximos 120 anos – a última fração de Bitcoin será minerada por volta de 2140.

Com cerca de 90% dos Bitcoins emitidos, podemos dizer que a oferta da criptomoeda já está praticamente garantida para o mercado, restando apenas quantidades residuais. Ademais, subtraindo os cerca de quatro milhões de criptomoedas que estariam perdidas para sempre, temos uma oferta ainda mais escassa do criptoativo.

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E outra boa notícia para o Bitcoin aconteceu na quarta-feira, 31 de julho. Dessa vez, vinda do mercado tradicional.

O corte de juros do Fed

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou a redução da taxa de juros básica do país na quarta-feira. O presidente do Fed Jerome Powell definiu a nova taxa entre 2-2,25%, ante uma taxa anterior de 2,25-2,5%. Esse foi o primeiro corte de juros realizado pelo Fed desde a crise de 2008.

Histórico da taxa de juros dos EUA desde 2001

Apesar do tamanho reduzido do corte (0.25%), a importância maior está na mensagem que o Fed passa com a atitude. Uma taxa de juros menor significa que o governo tende a pegar dinheiro emprestado a um custo reduzido. Dessa forma, juros menores tendem a estimular os gastos estatais.

E todos os governos se financiam basicamente de duas formas: aumentando impostos ou imprimindo moeda. Como a primeira é muito impopular, a segunda tende a ser mais utilizada – especialmente no sistema atual, no qual o governo possui o monopólio de impressão de dinheiro.

Sendo assim, juros menores estimulam os governos a gastarem mais dinheiro. E esses gastos são pagos com mais impressão de moeda. Essa maior impressão de moeda, por sua vez, faz com que mais dinheiro circule na economia, trazendo uma ilusão de riqueza para as pessoas.

Impactos nos investimentos

Além de trazer impacto no custo da dívida dos governos, juros mais baixos também estabelecem uma mudança na mentalidade dos investidores e no seu apetite ao risco.

Quando os juros de uma economia estão em níveis elevados, isso significa que os investidores tendem a emprestar mais dinheiro para o governo. Afinal, os títulos de dívida governamental (que são a base para o cálculo dos juros) são considerados os investimentos mais seguros de uma economia. Logo, os investidores tendem a buscar ativos de renda fixa e evitar ativos mais arriscados, como ações e criptoativos.

Mas quando os juros caem, a tendência se inverte. Os investimentos em títulos do governo e outros ativos de renda fixa tendem a perder seu atrativo. Isso leva os investidores a buscar ativos que oferecem mais retorno, ainda que seja preciso tomar um risco maior. Por isso, o cenário de juros baixos tende a beneficiar ações e criptoativos, que possuem um risco muito maior do que a renda fixa.

Não é à toa que no mesmo período em que os juros dos Estados Unidos estavam em seus menores níveis da história, o índice S&P 500 (um dos principais índice de ações do país) atingiu suas máximas históricas.

Evolução do S&P 500 até 2017

E é justamente esse aumento de dinheiro que pode trazer benefícios para o mercado de criptoativos e, principalmente, para o Bitcoin.

Escassez do Bitcoin versus abundância de dólares

Como vimos, o Bitcoin está se tornando um ativo cada vez mais escasso, ao contrário do dólar norte-americano (USD). E o recente corte de juros nos Estados Unidos serviu para consolidar essa diferença.

Com isso, os investidores tenderão a buscar cada vez mais ativos de risco para obter um maior retorno financeiro. No entanto, os principais índices de ações do mundo também estão em suas máximas histórias, inclusive no Brasil. Ou seja, as ações estão ficando mais caras e, com isso, oferecem um potencial de retorno menor do que no passado.

Com isso, os criptoativos, uma classe muito recente de ativos financeiros, surgem com um enorme canal para o qual esse novo dinheiro pode circular. Com a entrada de mais dólares na economia, e com poucas oportunidades em outros mercados, os criptoativos passarão a ser cada vez mais demandados pelos investidores.

O Bitcoin, no entanto, é um ativo muito recente, com apenas 10 anos de história. Embora seu preço tenha se valorizado muito nos últimos dois anos, ele ainda está longe da sua máxima histórica. Ademais, a entrada de grandes investidores institucionais nesse mercado está apenas começando, e os reguladores já estão de olho – o que pode dar, perante aos grandes investidores, uma maior legitimidade para o criptoativo.

Com a maior escassez do Bitcoin, a proximidade do halving e a continuidade dos programas de expansão monetária pelos governos, o Bitcoin possui todos os cenários favoráveis para continuar a sua trajetória de alta no longo prazo. Investidores com mais dinheiro e mais afeitos ao risco certamente verão as qualidades intrínsecas do criptoativo (escassez, descentralização e ausência de controle por governos) e terão o desejo de incluir o Bitcoin em seu portfólio de investimentos – como, aliás, já está acontecendo agora.

Por isso, a hora é de aproveitar os juros baixos e a abundância de uma moeda sem lastro (o dólar) e utilizar isso para adquirir bons ativos com potencial de grande valorização. Ao abaixar os juros, Powell talvez tenha fornecido o maior impulso para o Bitcoin no longo prazo.

Atenção: este é um artigo de opinião do redator, não necessariamente expressa o posicionamento do CriptoFácil.

Leia também: Quanto do meu portfólio devo investir em Bitcoin e criptomoedas?

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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