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10 anos do Bitcoin: a defesa contra uma economia de mentiras

Hoje, 03 de janeiro de 2019, como você deve saber, é uma data de extrema importância para o mercado de criptoativos, trata-se do dia em que o primeiro deles chegou ao mundo: o Bitcoin.

No dia 03 de janeiro de 2009, há exatos 10 anos, Satoshi Nakamoto finalmente lançou o Bitcoin. Três meses após ter lançado o whitepaper (31 de outubro de 2008) e explicado sua proposta em fóruns e listas de e-mail, chegou a hora de executar o experimento na prática.

Por uma feliz coincidência do destino, o dia 03 de janeiro também foi uma data especial na minha vida – nove anos depois do nascimento do Bitcoin. Nesse dia, além do Bitcoin completar 10 anos, meus sobrinhos, nascidos em 2018, completam 1 ano de idade.

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E eles tem tudo a ver com a história. Afinal, o Bitcoin pode salvá-los de uma grande bomba futura, cujo detonador foi acionado muito antes deles serem concebidos. E quando eles souberem do que essa bomba se trata, dificilmente sorrirão como fizeram na foto acima.

Recém-nascidos – e devedores

Antes de explicar, preciso dizer ao leitor uma verdade que poucos conhecem:

Todos nascemos como o nome sujo

Fique tranquilo, não estou falando do SPC. Porém, mesmo quem tem o nome limpo no quesito crédito já nasce como um devedor. E se você mora no Brasil, sua dívida não é nem um pouco desprezível. Para ser mais exato, seu saldo devedor ao nascer é de R$ 21.489,00.

Esse é o valor da dívida pública nacional dividido por cada cidadão. O valor foi retirado do site Howmuch.net, que calcula o valor da dívida per capita de cada país. Para ser justo, até que não estamos mal: um cidadão americano deve quase 10 vezes mais do que nós, e nem o alto grau de poupança dos japoneses conseguirá salvá-los de uma dívida per capita de quase US$ 100 mil.

 

No entanto, isso não muda o fato de que nossos filhos (ou sobrinhos, no caso) já nascem com uma perspectiva de poupança altamente limitada. Em outras palavras, meus sobrinhos nasceram devendo mais de R$ 20 mil, e sem nenhuma perspectiva de ver os prometidos benefícios desse dinheiro.

Todo o sistema financeiro atual é forjado através de dívidas. Governos criaram um massivo programa de impressão de dinheiro e promessas de benesses presentes – que serão pagas pelas gerações futuras. E como as gerações futuras estão cada vez mais escassas (as pessoas estão tendo menos filhos), sobre menos gente para pagar essa conta.

O resultado disso? Dívidas altamente explosivas que não param de crescer. Somente os Estados Unidos devem mais de US$ 20 trilhões, mais de 11% do total da dívida mundial – que alcançou inacreditáveis US$ 184 trilhões em 2018. Nenhum sistema com tais números pode ser considerado saudável.

E foi exatamente isso que levou Satoshi Nakamoto a criar sua obra-prima.

Bitcoin: a reação contra uma economia de mentiras

O primeiro bloco da rede do Bitcoin, conhecido como bloco-gênese, foi minerado em 03 de janeiro de 2009, com a emissão dos 50 primeiros bitcoin da história. Até aí, sem novidades.

O que pouca gente conhece é a foto que Satoshi incluiu na assinatura do bloco: uma manchete de capa do jornal britânico Financial Times, do mesmo dia 03. O título da manchete? Chancellor On Brink of Second Bailout for Banks. Algo como Chanceler do Exchequer (equivalente britânico ao Ministro da Economia) Aprova Segundo Resgate para Bancos.

Essa foto traz, ao mesmo tempo, a revolta de Satoshi com os resgates a bancos por parte do estado – ambos foram os principais responsáveis pela crise – e também mostra o que é o Bitcoin.

O Bitcoin não é uma dívida ou promessa, ao contrário do dinheiro fiduciário atual. A única coisa que ele fornece é uma chance: chance de fugir desse esquema insustentável e levar seu dinheiro consigo.

Ter bitcoins significa ter uma chance de evitar que governos confisquem nossos bens quando a conta chegar. Dos 10 anos de existência do Bitcoin, nos últimos 5 os cidadãos de países como Zimbábue e Venezuela se aproveitaram disso para proteger sua riqueza contra os seus respectivos governos.

Mais do que um dinheiro puramente digital, o Bitcoin deu aos seus detentores uma década de chances de evitar políticas autoritárias e inflacionistas, que destroem o poder de compra do dinheiro, todos os dias. A chance de construir patrimônio sem depender de conchavos do governo ou com ele, ou mesmo precisar depender dos caros (e ineficiente) serviços bancários.

Prisões e dinamite

A dívida estatal é uma promessa lastreada em mentiras. O estado prometeu bens “gratuitos, públicos e de qualidade” em troca do sacrifício de uma boa moeda. O que ele deu em troca foi um péssimo dinheiro, décadas de inflação (e hiperinflação) e uma prisão na qual meus sobrinhos – e diversos outros bebês que nem sequer nasceram – foram mantidos antes mesmo do nascer.

O dinheiro estatal é uma prisão onde as pessoas estão mantidas durante décadas, pela força ou pelo seu próprio desconhecimento. O Bitcoin é a dinamite que explodirá suas grades, libertará os prisioneiros e deixará exposta a corrupção dos guardas.

Portanto, não se preocupem com preço ou mesmo com boatos infundados. O Bitcoin ainda é uma criança. Assim como meus sobrinhos, ele terá muito tempo para amadurecer e mostrar a que veio. Ele é um jovem em confronto com estruturas caquéticas e ultrapassadas. E o dia da troca de lugares chegará. Graças a extraordinária visão de Satoshi, concebida há exatos 10 anos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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