Segurança

Worldcoin: cofundador do Ethereum aponta 4 riscos do projeto do criador do ChatGPT

A criptomoeda do criador do ChatGPT Sam Altman chegou ao mercado nesta segunda-feira (24), causando um alvoroço. O Projeto Worldcoin (WLD) foi listado em várias exchanges, incluindo a Binance, e o preço do token WLD saltou 75%.

Mas o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, tem suas ressalvas quanto ao projeto. Em um post em seu blog, Buterin apontou quatro riscos que a criptomoeda e seu processo de digitalização de retina representam para o mercado.

O principal diferencial da Worldcoin é permitir que os usuários verifiquem sua humanidade online por meio do escaneamento de sua retina. Esse processo é realizado por um dispositivo de imagem chamado Orb.

Problemas da criptomoeda do criador do ChatGPT

Conforme destacou Buterin, esse processo de verificação de identidade por escaneamento de íris tem quatro riscos associados: privacidade, acessibilidade, centralização e segurança. Em seu post, o cofundador do Ethereum também apontou soluções para reduzir esses riscos.

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Para Buterin, como o Worldcoin envolve escaneamento de íris, o projeto levanta questões substanciais de privacidade.

“No mínimo, se outra pessoa escanear sua íris, eles podem checá-la no banco de dados para determinar se você tem ou não um World ID. Potencialmente, as varreduras de íris podem revelar mais informações”, disse.

Além disso, Buterin citou problemas de acessibilidade. Isso porque os usuários precisam acessar fisicamente um Worldcoin Orb para participar do projeto, limitando o alcance da iniciativa. De acordo com o desenvolvedor, o alcance limitado dos dispositivos pode levar a um desequilíbrio na distribuição do Worldcoin, favorecendo os centros urbanos onde os Orbs provavelmente estarão mais disponíveis.

Em terceiro lugar, Buterin mencionou a centralização. Segundo ele, a integridade da construção do dispositivo de hardware Orb não pode ser verificada e isso pode resultar na possibilidade de backdoors (método, geralmente secreto, de escapar de uma autenticação ou criptografia normais em um sistema computacional).

Nesse sentido, Buterin afirmou que mesmo que a camada de software seja descentralizada, a Worldcoin Foundation tem o potencial de inserir um backdoor e criar identidades humanas falsas.

Por fim, o desenvolvedor abordou a segurança do sistema Worldcoin como um risco potencial. Conforme destacou ele, alguns exemplos desses riscos envolvem hackear telefones, aplicar técnicas de coerção para digitalizar íris para outra pessoa, vender ou alugar identidades e “pessoas falsas”, entre outras.

Conceito valioso da Worldcoin

Apesar dos riscos apontados, Buterin achou o conceito por trás do Worldcoin valioso. De acordo com o desenvolvedor, o conceito de prova de personalidade tem seu valor:

“Embora as várias implementações tenham seus riscos, não ter nenhuma prova de personalidade também tem seus riscos: um mundo sem prova de personalidade parece mais provável de ser um mundo dominado por soluções de identidade centralizadas, dinheiro, pequenas comunidades fechadas ou alguma combinação dos três. Estou ansioso para ver mais progresso em todos os tipos de prova de personalidade e espero ver as diferentes abordagens eventualmente se unirem em um todo coerente”, disse Buterin.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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