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Voyager Digital declara falência após problemas de liquidez

A plataforma de criptomoedas Voyager Digital declarou falência, conforme um pedido apresentado na terça-feira (5). O Tribunal Distrital do Sul de Nova York recebeu o pedido e vai proceder com a decretação de falência da empresa.

De acordo com o tribunal, estima-se que a Voyager Digital possua mais de US$ 1 bilhão em ativos (R$ 5,3 bilhões em valores atuais) e mais de 100 mil credores. A exchange decretou falência menos de 48 horas após suspender os saques na plataforma.

A Voyager teve uma grande exposição ao fundo Three Arrows Capital (3AC) e realizou vários empréstimos ao fundo. Mas o 3AC enfrenta problemas para honrar os seus compromissos e isso acabou afetando as operações da Voyager, que emprestou mais de US$ 600 milhões ao fundo.

Problemas da falência

Os preços do Bitcoin (BTC) e da Ether (ETH) caíram em resposta ao pedido de falência da Voyager. De acordo com o CoinMarketCap, o BTC opera em queda de 0,43%, enquanto a ETH cai 1,14%.

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As quedas são modestas, mas a falência da empresa deve colocar mais pressão vendedora no médio prazo. Se o tribunal decretar a liquidação dos ativos para pagar os credores, as posições da Voyager serão vendidas, o que pode afetar os preços. 

No lado dos credores, o maior deles aparentemente é a Alameda Research, empresa criada pelo CEO da FTX. A companhia de Sam Bankman-Fried teria US$ 500 milhões a receber da Voyager, ou cerca de R$ 2,6 bilhões em valores atuais. 

Dessa forma, a falência da Voyager deve afetar a Alameda, o que, por sua vez, pode ter um efeito cascata nos mercados de criptomoedas. Mas não é possível dizer se o episódio pode impactar a FTX em si.

Recentemente, a exchange de Bankman-Fried se comprometeu a resgatar outras empresas de criptomoedas que apresentaram problemas. O maior exemplo foi a BlockFi, pela qual a FTX teria oferecido US$ 25 milhões em troca do controle total sobre a companhia.

Mercado de criptoativos registra mais baixas

A Voyager é apenas a mais recente vítima do mercado de baixa de criptomoedas. Tudo começou em junho, quando a Celsius foi a primeira plataforma de empréstimos a suspender saques. Em seguida foi a vez do 3AC, o que gerou um efeito cascata no mercado. 

Essa sequência de falências e bloqueios de saques ocorre em paralelo a uma correção de mais de 60% no mercado de criptomoedas. Com isso, muitos fundos que operaram alavancados durante a alta tiveram prejuízos e precisaram arcar com o refinanciamento de seus empréstimos.

No entanto, a queda do mercado pegou os fundos desprevenidos quando começaram a perder liquidez, e logo eles não conseguiram refinanciar devido à queda nos preços das criptomoedas. Os empréstimos foram liquidados e aprofundaram a crise.

Voyager, 3AC e BlockFi receberam muitas críticas por facilitar empréstimos de alto risco, com pouco escopo de recuperação em meio ao mercado em baixa.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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