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Venezuela troca 3,58 trilhões de bolívares por Bitcoin em uma semana

A Venezuela presenciou na última semana uma gigantesca quantidade de bolívares sendo trocados por Bitcoin em níveis nunca vistos. 

Ao todo, os venezuelanos movimentaram 3,58 trilhões de bolívares na plataforma de compra e venda P2P de criptomoedas LocalBitcoins. Este é um recorde em toda a série histórica do país. 

A título de comparação, em janeiro, o volume de negociação semanal era de 5,16 bilhões de bolívares.

Volume LocalBitcoins (Venezuela). Fonte: Coin Dance

Bitcoin é usado como reserva de valor na Venezuela

As palavras Venezuela e inflação costumam estar lado a lado quando se fala em economia global. E não é à toa, o país lidera o ranking mundial deste ano, com uma inflação de 6.500%.

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A Venezuela hoje está empobrecida e sem recursos muito por conta da queda nas extrações de petróleo, principal fonte de renda do país.

Nesse cenário, desde 2017, o Banco Central venezuelano vem cortando a oferta de dólar. Com isso, há o aumento do preço da moeda estadunidense em relação ao bolívar.

A desvalorização do bolívar é um problema quase que intrínseco ao país. Por isso, os venezuelanos buscam no Bitcoin, uma forma de preservar o valor do dinheiro.

Isso porque um dos diferenciais da criptomoeda é justamente a descentralização. Como não é controlado por bancos centrais, o BTC é mais independente de crises econômicas e da inflação que as moedas fiduciárias.

Por isso, o Bitcoin está sendo rapidamente adotado como reserva de valor na Venezuela. 

“O Bitcoin foi concebido como um mecanismo de defesa contra a perda de valor de qualquer sinal monetário, especialmente na América Latina, já que as economias foram devastadas durante anos por políticas monetárias ruins dos governantes”, explicou o economista venezuelano Daniel Arráez no evento BlockDown Latam 2020.

Além de políticas erradas, crises econômicas e alta inflação, Arráez disse que na situação atual da Venezuela, o Bitcoin é uma ferramenta para manter a soberania e o controle da riqueza, sem ter que confiar em terceiros.

Venezuela usa Bitcoin para fugir da inflação

Um dado que evidencia esse interesse é a posição que o país ocupa no ranking de adoção global de criptoativos.

A Venezuela é o terceiro país no mundo que mais realiza transações com criptomoedas, segundo o Índice de Adoção de Criptomoedas Global 2020 da Chainalysis.

O relatório ainda observa que o país latino-americano usa as criptomoedas para mitigar a instabilidade econômica.

“Nossos dados mostram que os venezuelanos usam mais a criptomoeda quando a moeda fiduciária nativa do país está perdendo valor para a inflação, sugerindo que os venezuelanos recorrem à criptomoeda para preservar economias que de outra forma poderiam perder.”

De acordo com o relatório, o índice de adoção de criptomoeda na Venezuela (que vai de 0 a 1) é 0,799. A título de comparação, no Brasil, esse índice é de 0,338.

A Venezuela só fica atrás de Ucrânia (1,0) e Rússia (0,931).

Índice de adoção de criptomoeda global. Fonte: Chainalysis.

Petro: Moeda Digital da Venezuela

A boa colocação da Venezuela no ranking da Chainalysis se dá por conta do Bitcoin, mas também do Petro.

A criptomoeda foi criada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, há cerca de três anos. Um dos objetivos era driblar os efeitos do bloqueio econômico imposto ao país pelos Estados Unidos.

Desde então, a Venezuela vem aprovando uma série de incentivos para ampliar a aceitação de criptomoedas no comércio local.

Agora, segundo o portal Brasil de Fato, já são mais de 100 mil estabelecimentos que aceitam as moedas digitais, principalmente Bitcoin e Petro.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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