Economia

Venezuela recorre às criptomoedas para driblar sanções dos EUA

A Venezuela está recorrendo à criptomoeda estável USDT, da Tether, como estratégia para contornar as sanções internacionais impostas ao país, sobretudo dos Estados Unidos. Esta é a segunda tentativa do país em utilizar criptomoedas como alternativa para driblar as restrições.

De acordo com uma reportagem da Reuters, a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), empresa estatal de petróleo do país, está buscando usar a stablecoin da Tether como uma forma de evitar as novas sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

Além disso, a agência de notícias informou que a PDVSA pretende ampliar o uso da USDT como uma proteção contra o congelamento de contas bancárias estrangeiras. A Tether é a maior stablecoin atrelado ao dólar no mundo, com um valor de mercado de US$ 110 bilhões.

Venezuela usa criptomoedas estáveis para contornar sanções

Ainda segundo a reportagem, a estatal de petróleo da Venezuela utiliza intermediários nas negociações com criptomoedas a fim de dificultar o rastreamento das transações na blockchain.

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Em 2018, a Venezuela já havia iniciado um experimento com criptomoedas na tentativa de contornar as sanções, o Petro. No entanto, a iniciativa não obteve grande sucesso. Isso porque não houve adesão significativa de grandes exchanges à criptomoeda do país, e o governo decidiu encerrar o programa no início de 2024.

Conforme noticiou o CriptoFácil, em janeiro deste ano a Venezuela anunciou oficialmente o encerramento da sua criptomoeda Petro, mais de cinco anos após o seu lançamento inicial. O presidente Nicolás Maduro lançou o Petro (PTR) em fevereiro de 2018 com o objetivo de apoiar a moeda nacional, o bolívar. Isso porque uma forte crise econômica atingia o país, impactando o preço da moeda nacional.

A criptomoeda, lastreada nas ricas reservas de petróleo do país, já estava envolta em polêmicas antes mesmo de seu lançamento. O congresso controlado pela oposição no país afirmou que era ilegal usar as reservas de petróleo como garantia do Petro. Além disso, em 2019, autoridades dos EUA impuseram sanções a um banco russo por financiar a criptomoeda venezuelana.

Fim do Petro

O governo da Venezuela fez diversas tentativas de vincular o Petro a serviços públicos, como torná-lo obrigatório para obtenção de passaportes e vinculá-lo a iniciativas sociais, como um programa habitacional. Além disso, o salário-mínimo do país chegou a ser atrelado em 50% ao valor do Petro.

O desfecho final para o Petro foi um escândalo de corrupção envolvendo irregularidades financeiras no uso de criptoativos em operações de petróleo. O escândalo diz respeito a um possível esquema de corrupção de US$ 20 bilhões relacionado à venda de petróleo venezuelano.

Esse escândalo resultou na renúncia do ministro do petróleo, Tareck El Aissami, e em medidas rigorosas contra operações de mineração de Bitcoin no país, conforme relatado pela AFP.

O Petro, que pretendia ser uma solução para os desafios econômicos da Venezuela, acabou enfrentando controvérsias, desconfiança internacional e dificuldades práticas.

A busca por alternativas às moedas tradicionais e aos sistemas financeiros convencionais tem se intensificado em países sujeitos a sanções internacionais. O uso de criptomoedas, como a USDT, tornou-se uma opção atraente para muitos, oferecendo uma forma de transação financeira que pode ser menos suscetível às restrições impostas por governos estrangeiros.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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