Valor do Bitcoin está inflado com dinheiro falso da Tether, acusa analista

Com um valor de mercado superior a US$ 62 bilhões, a stablecoin USDT da Tether está sendo novamente acusada de emitir dinheiro sem lastro. Contudo, desta vez, o veterano Mr. Whale explicou as consequências disso.

As acusações são do analista de criptomoedas conhecido como Mr. Whale. Em um artigo recente, ele chama o USDT de “bomba-relógio” e aponta um “risco sistêmico” que não pode ser ignorado.

O analista apresenta ainda as razões por trás de suas acusações de que a Tether não passa de um esquema de manipulação de preços e fraude.

Tether sustenta mercado com dinheiro falso

O principal problema citado pelo analista é a ausência de lastro e transparência do projeto. Embora tenha divulgado relatórios para confirmar o lastro da criptomoeda, para Mr. Whale, a verdade é que a Tether não tem reservas suficientes.

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Nesse sentido, estaria “sustentando todo o mercado de criptomoedas com dinheiro falso”. Conforme destacou o analista, até março de 2019, a stablecoin afirmava ser lastreada por dólares em uma proporção 1:1. Entretanto, hoje o site diz que USDT é 100% garantido por reservas.

Em maio, como noticiou o CriptoFácil, a Tether divulgou um novo relatório detalhando o lastro da moeda digital estável. Um gráfico de pizza mostrou que menos de 3% das reservas são em dinheiro. E isso, segundo o analista, é muito preocupante.

Mr. Whale explicou que, após emitir dólares sem lastro, a Tether os envia para “exchanges obscuras”. Em seguida, esses recursos são injetados em outros criptoativos, principalmente no Bitcoin.

Ele explicou que o mercado é amplamente dominado pela Tether e o volume do USDT nas exchanges geralmente varia entre 50% e 80%, que é maior do que qualquer outra criptomoeda.

“O USDT está alimentando principalmente a valorização de preço do Bitcoin, o que é profundamente preocupante”, disse. “Observe como o Bitcoin só aumenta quando a Tether é vista injetando centenas de milhões no Bitcoin. E, durante os períodos em que eles pararam, vemos grandes correções de mercado.”

Bitfinex envolvida

A corretora de criptomoedas Bitfinex também foi acusada pelo analista de estar envolvida no suposto esquema fraudulento. Isso porque quase 75% do volume da exchange está em Tether.

Mr. Whale disse ainda que documentos vazados revelaram que Tether e Bitfinex são controlados pela mesma empresa chinesa, a iFinex Limited. 

“Em documentos judiciais, vimos conversas vazadas de altos executivos da Bitfinex, que incluíam a admissão de que ‘o Bitcoin pode cair abaixo de US$ 1 mil se não agirmos rapidamente’,” escreveu o analista.

Com base nisso, Mr. Whale afirmou que, para calcular o valor verdadeiro do BTC, deve-se remover a Tether da equação.

“Eu presumiria que o Bitcoin apagaria a maior parte ou até todos os seus ganhos deste mercado de alta quando o Tether acabasse com os golpes.”

O analista acredita que “o fim do mundo nos mercados” pode chegar se a comunidade não estiver preparada para a insolvência da stablecoin.

Mr. Whale acusa maximalistas do Bitcoin

Finalmente, Mr. Whale acusou maximalistas do Bitcoin de iniciarem campanhas de desinformação para abafar o caso da Tether. Destaca-se que essas são apenas teorias do analista.

Adam Back, fundador da Blockstream, e Samson Mow, diretor de estratégia da mesma empresa, são alguns deles. Segundo o analista, a Tether é um dos quatro primeiros investidores da empresa de Back.

Outro maximalista apontado por Mr. Whale de defender a Tether é Peter McCormack. Ele é acusado de ter “laços profundos” com o projeto.

Anthony Pompliano, entusiasta tido como referência por muitos, também foi citado como sendo um grande apoiador da Tether. O autor do artigo junta publicações antigas feitas por Pompliano no Twitter criticando a Tether e como ele subitamente muda de opinião anos depois.

“Sou um grande fã das criptomoedas e preferia que esse mercado fosse orgânico. Infelizmente, a ganância humana assumiu o controle. Desde então, vimos a Tether se transformar em uma das maiores fraudes da história”, concluiu Mr. Whale.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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