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Valor 75 vezes maior que o marketcap do BTC está aplicado em títulos com juros negativos

Uma das principais consequências das políticas monetárias executadas nos últimos 10 anos é a existência de títulos de dívidas governamentais com juros negativos. De acordo com o Deutsche Bank, 27% das obrigações globais negociadas atualmente possuem rendimento negativo, pagando ao investidor menos do que ele aplicou inicialmente.

Sim, você não leu errado: mais de um quarto de todos os títulos de dívidas atuais pagarão aos seus investidores menos do que o valor investido. Na prática, o investidor estará pagando para emprestar dinheiro aos governos desses países.

A Alemanha e a Áustria são alguns dos países que possuem a maior parte de seus títulos com rendimento negativo. Já na Dinamarca, a situação é ainda pior: praticamente todos os títulos do país negociam com juros negativos.

75 vezes o valor de mercado do Bitcoin

No total, os títulos com rendimento negativo representam US$15 trilhões em dívidas. De acordo com um tuíte do diretor de ativos digitais da VanEck Gabor Gurbacs, o valor representa mais de 75 vezes o valor total de mercado do Bitcoin – que atualmente é de US$185 bilhões. Para resumir a situação, Gabor deu uma dica bem-humorada:

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“É hora de um plano ₿!”

Embora atualmente esse fenômeno seja limitado a certos países europeus e ao Japão, todos os olhos estão voltados para o Federal Reserve dos EUA (Fed), com a expectativa de que o banco siga o mesmo caminho. O Fed manteve a taxa de juros do país em 0% até 2018, mas nunca adentrou o campo negativo.

Enquanto isso, Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, disse à Bloomberg que não há barreiras para que os rendimentos do Tesouro caiam abaixo de zero. Isso levou o Max Keiser, trader e entusiasta do Bitcoin, a escrever no seu Twitter que “o Bitcoin não tem topo porque o dólar não tem fundo”.

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A incerteza econômica global em torno das políticas de afrouxamento quantitativo (QE), das guerras comerciais, da tecnologia deflacionária e da instabilidade política levou mais e mais investidores a títulos de rendimento negativo.

O valor total desses títulos subiu para US$15 trilhões, quase o triplo desde outubro de 2018. Países como Suíça, Suécia, Alemanha, França, Holanda e Japão estão emitindo títulos com taxas de juros negativas.

Considerando que, historicamente, o governo pagaria juros sobre esses empréstimos (algo que qualquer pessoa veria como racional), as pessoas agora estão pagando por esses refúgios para sua riqueza. E a razão é segurança: esses países são considerados como “livres de risco” pelos investidores, que levam seu capital para esses locais. Com mais capital disponível, as taxas de juros tendem a cair, reduzindo a rentabilidade dos empréstimos.

Em última instância, os juros podem cair a zero ou até negativo caso a demanda seja muito alta. Como os programas de afrouxamento quantitativo despejam cada vez mais dinheiro na economia, a liquidez para a compra desses ativos aumenta, pressionando ainda mais os juros para baixo.

Diante do rendimento negativo dos títulos do governo como um investimento seguro, os investidores certamente devem buscar alternativas como o ouro e cada vez mais o Bitcoin, uma vez que a tecnologia já tem mais de uma década. Em virtude de suas características intrínsecas e de ser um ativo com valor de mercado muito baixo, o potencial de seu crescimento – à medida que mais investidores passam a vê-lo como um ativo de proteção – é enorme.

No início deste mês, Raoul Pal, ex-executivo da Goldman Sachs, afirmou que o mundo está se aproximando rapidamente de uma crise cambial e que o Bitcoin irá prosperar na próxima crise financeira devido às suas propriedades sem fronteiras, deflacionárias e apolíticas.

Leia também: Indústria de empréstimos com criptoativos lucrou apenas 1,8% sobre os US$4,7 bilhões emprestados

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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