Categorias Notícias

União Internacional de Telecomunicações aprova primeira recomendação brasileira para IoT

Em 18 de abril, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) aprovou a primeira recomendação proposta pelo Brasil para dispositivos de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). A recomendação é resultado de um trabalho conjunto entre Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).

A recomendação brasileira facilita a interoperabilidade de dispositivos de Internet das Coisas. O documento define uma classificação dos dispositivos de IoT baseada em suas capacidades de processamento e conectividade. A partir da correlação das capacidades, são definidos os modelos de referência com os requisitos para as arquiteturas de software de cada uma das classes de dispositivos.

Com a recomendação aprovada, os dispositivos de IoT fabricados em qualquer um dos cerca de 190 países e mais de 700 empresas membros da UIT deverão seguir o padrão definido. A proposta foi aprovada pela Comissão de Estudos 20 da UIT, que trata de Internet das Coisas, Comunidades e Cidades Inteligentes, durante reunião em Genebra, na Suíça. O Secretário de Empreendedorismo e Inovação Paulo Alvim considera esta aprovação mais um importante passo para reforçar a posição do Brasil no cenário global de Internet das Coisas e destaca que isso é apenas o começo da nossa caminhada.

A proposta é resultado de um trabalho iniciado nas discussões da Câmara IoT, iniciativa coordenada pelo MCTIC, com a participação de membros do setor público, privado e academia, e que busca fomentar o ecossistema de Internet das Coisas no Brasil. É importante mencionar que outras duas contribuições brasileiras estão sendo discutidas no âmbito da Comissão de Estudos 20 da UIT: o modelo de referência para pecuária inteligente baseada em IoT (proposta da USP) e o Plano Master para outros governos desenvolverem o ecossistema de Internet das Coisas em seus países (proposta do governo brasileiro conduzida por MCTIC/ANATEL).

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Estudos apontam que, até 2030, mais de 500 bilhões de equipamentos estarão conectados à IoT gerando fluxos de dados que com IA (Inteligência Artificial) devem ser transformados em informações inteligentes, identificando padrões, “prevendo” acontecimentos, entre outros. No entanto, a segurança e a veracidade destes dados ainda freia o seu desenvolvimento e é aí que entra a blockchain, para ajudar a solucionar essas questões, atuando como elemento de certificação, rastreamento e segurança dos dados.

Segundo Ricardo Vilanova, sócio da gigante de auditoria Ernet & Young, (EY), no âmbito da tecnologia da informação, uma das ondas com maior poder transformacional é a convergência destas três tecnologias, abrindo caminho para novas proposições de valor, novas indústrias e novos modelos de negócio.

Vilanova destaca que “informações de IoT podem ser mal utilizadas ou adulteradas. Mas quando vinculadas à blockchain, esses riscos diminuem drasticamente”. Ele menciona, como exemplo prático, frotas de caminhões equipados com dispositivos IoT que alimentam blockchain com dados diversos, como incidência de temporais, acidentes, assaltos, congestionamentos e gastos com combustíveis. O aprendizado de máquina analisa o histórico de dados e pode indicar, por exemplo, qual a melhor rota para transportar determinada carga do ponto A ao B, em determinada época do ano.

Leia também: Centro de pesquisa brasileiro usará blockchain em projetos de Internet das Coisas

Compartilhar
Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

This website uses cookies.