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Uma em cada três criptomoedas não podem mais ser gastas

Que as criptomoedas são investimentos especulativos, todos já sabem. Mesmo os mais entusiastas e defensores dessa nova classe de ativos emitem constantes alertas sobre o alto risco envolvendo a compra de Bitcoin e, especialmente, de altcoins.

A grande maioria das moedas digitais negociadas no mercado são compradas – e vendidas – não com o objetivo de uso imediato, mas sim com a expectativa de que elas irão valer mais no futuro do que valem hoje. Moedas e tokens digitais são trocados tendo como base a expectativa de entrega de valor a longo prazo.

Especulação

Quando um investidor compra, digamos, Monero, em uma exchange, ele está pagando um preço que baseia-se menos na sua utilidade atual e mais sobre o que a moeda pode valer no futuro, caso ocorra uma adoção em massa de criptomoedas e que as moedas que oferecem maior privacidade sejam igualmente demandadas.

Não há, rigorosamente, nada de errado com isso: a maioria dos ativos estão sujeitos a um período prolongado de maturação de preços antes do mercado estabilizar e formar um valor. É por isso que vários projetos que ainda não geraram lucro podem ser avaliado em bilhões. Como Eric Wall colocou em sua recente coluna:

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“A informação de investimento que um investidor procura nesse caso não costuma estar em gráficos. Em vez disso, está na capacidade de entender e visualizar o futuro do mercado [de criptomoedas].”

Quem acompanhou o surgimento das primeiras empresas na internet (a bolha .com) está familiarizado com este fenômeno.

Utilidade e liquidez

A especulação sobre as criptomoedas é natural. De fato, trata-se de um comportamento saudável, pois impulsiona a eventual adoção da tecnologia. Mas, cedo ou tarde, o investidor pode querer dar algum uso para os cripto-ativos que possui, como gastá-los, trocá-los ou entregá-los aos amigos. E é aí que começam os problemas: quantas das 100 principais criptomoedas existentes conseguem ser facilmente transferidas ou trocadas por bens e serviços?

Minha mãe usa um iPhone, meu irmão tem um Android e meu pai, por algum motivo estranho, só usa computador. Para passar no teste acima, uma criptomoeda precisa ser enviada e recebida, com eficiência, nos três dispositivos. Mas, quantas conseguem isso?

Tenho dinheiro…que não pode ser gasto!

Ao analisar o top 100 das criptomoedas mais valiosas, o site Bitcoin.com identificou uma estatística bastante assustadora: uma em cada três moedas digitais não atende aos requisitos de facilidade em seu uso. Isso significa 30% do total das criptomoedas disponíveis.

Segundo o site, caso a amostra tivesse sido maior, é bastante provável que a taxa de moedas digitais que não podem ser gastas fosse ainda maior. (Lembrando que o site Coinmarketcap atualmente conta com mais de 1000 criptomoedas listadas.)

Isso não significa que esses ativos continuarão sem ter qualquer utilidade; alguns ainda são relativamente novos e estão em desenvolvimento. Mas outros, como a Verge, o Syscoin e o Bytecoin, já estão há anos em atividade e ainda não estão nem perto de garantir uma carteira iOS – ou mesmo uma Android, em alguns casos. Depois, existem ativos como a IOTA, cuja carteira iOS foi adiada por meses, mas está finalmente perto de ser lançada.

Além de gravar o número de criptomoedas que não possuem uma carteira estável para computador ou dispositivos móveis, a notícia calculou o tempo médio desses projetos: dois anos e um mês. Destes, 53% não possuem uma carteira iOS, enquanto o resto não possui uma carteira estável para computador, Android ou iOS.

Para efeito de comparação, qualquer token ERC20 foi considerado compatível com dispositivos móveis, embora muitos projetos baseados em Ethereum não possuam sua própria carteira móvel dedicada. Uma série de altcoins que possuem blockchain própria ainda não receberam suporte móvel adequado, mas a Freewallet resolveu o problema para os usuários do Android, com vários graus de sucesso.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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