Tezos é atingida pelo segundo processo em menos de um mês

Aparentemente, o navio da Tezos – e dos seus investidores – parece estar longe de encontrar um porto seguro. A companhia, que possui cerca de meio bilhão de dólares em cripto-ativos, acaba de sofrer mais um processo nos Estados Unidos. Dessa vez, movida por investidores do estado da Flórida.

O que deu errado?

A Tezos foi uma das ICOs que mais levantou fundos na história. O casal Arthur e Kathleen Breitman, responsáveis pelo projeto que levantou 232 milhões de dólares, venderam o projeto como uma rede de governança descentralizada que tinha como objetivo resolver vários problemas de outras redes semelhantes, como a Ethereum.

O casal, através da Fundação Tezos, chegou inclusive a criar um fundo no valor de 50 milhões de dólares, que tinha como objetivo fomentar projetos e melhorias dentro da rede. A boa organização e a expectativa positiva pareciam indicar para um lançamento extremamente bem-sucedido, o qual estava marcado para dezembro. Até que os problemas vieram à tona.

Os investidores, que foram envolvidos pela promessa da “nova comunidade digital”, esperam até hoje que ela saia do papel e vire realidade. Um grupo desses investidores, impacientes com a falta de ação, decidiu processar os Breitman junto à justiça do estado da Flórida, o segundo processo contra a Tezos em três semanas. O processo em questão acusa o casal de ter vendido títulos não registrados, violando uma lei federal do país.

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Essa acusação é feita com base em uma decisão de Jay Clayton, diretor da SEC (Securities and Exchange Comission), órgão regulador do mercado financeiro dos EUA. Clayton afirmou que os tokens emitidos por ICOs podem ser considerados títulos, dentre os quais se inclui a Tezos.

Na denúncia, os Breitman, a Fundação Tezos e a Dynamic Ledge Solutions, a empresa proprietária da propriedade intelectual de Tezos, são todos citados como réus.

A denúncia afirma que:

Não obstante as tentativas dos réus de evitar o escrutínio governamental e privado, está claro que os financiadores eram, de fato, investidores que buscavam lucro em uma garantia e que os recorrentes promoveram e realizaram uma oferta não registrada de valores mobiliários, e não uma fundação sem fins lucrativos.

A denúncia também cita “falsas declarações, omissões factuais e atividades ilícitas envolvidas pelos arguidos – parece que [os demandantes] não podem, e provavelmente nunca poderão, ver qualquer retorno sobre seus investimentos“.

Em nota de esclarecimento, Kathleen Breitman, co-fundadora do projeto comparou a captação de fundos da empresa com a compra de uma estação pública de televisão l. Descartando sugestões de que os tokens “Tezzies” poderiam ser classificados como títulos, ela disse que era mais como receber “uma sacola“.

Com o projeto de Tezos ainda não conseguiu sair, e os investidores se forçaram a assistir com angústia a queda do valor dos tokens, o evento lançou uma sombra sobre a bonança das ICOs no futuro.

Enquanto isso, os investidores acompanham as tezzies caírem cada vez mais nos mercados futuros. De um pico de US$ 2,70, o token chegou a bater US$ 1,60, um tombo de mais de 30%. O qual, infelizmente, tende a aumentar enquanto não houver uma definição sobre o futuro da empresa.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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