Economia

Tether apoiou USDT com títulos chineses, revelam documentos

A Tether, emissora da maior stablecoin do mercado, a USDT, apoiou parcialmente sua moeda digital estável pareada ao dólar com títulos chineses por um período de tempo. Foi o que revelaram documentos divulgados pelo procurador-geral de Nova York (NYAG) e acessados pela Bloomberg.

Conforme reportagem publicada nesta sexta-feira (16), a Tether detinha títulos emitidos por empresas como o China Construction Bank Corp. e o Agricultural Bank of China Ltd. No entanto, a Tether se recusou a admitir essa informação na época.

Exposição a títulos chineses

Não é de hoje que se fala que a Tether tinha exposição ao papel comercial chinês. Essas especulações ocorrem pelo menos desde 2021. Contudo, a empresa emissora da USDT nunca confirmou os rumores.

Em outubro de 2021, a Bloomberg publicou outra matéria dizendo ter evidências de que as reservas da Tether de fato incluíam bilhões de dólares em empréstimos de curto prazo para empresas da China.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Na época, a Tether afirmou que não detinha papéis comerciais emitidos pela gigante imobiliária chinesa Evergrande, que entrou em crise naquele ano e gerou preocupações no mercado de criptomoedas. Mas a emissora da USDT não disse se detinha ou não títulos de outras empresas ou emissores chineses.

Depois, em julho de 2022, a Tether reafirmou que naquele momento, não possuía nenhum papel comercial chinês. Além disso, a empresa criticou o que chamou de “pessimistas que continuam a espalhar falsidades sobre suas participações em papéis comerciais” e disse que eles estavam errados.

Agora, os documentos mostram que havia sim uma exposição a títulos chineses par cobrir o lastro da USDT. De acordo com a Bloomberg, os documentos foram divulgados devido a um pedido de liberdade de informação. Eles fazem parte dos dados coletados pelo NYAG em sua investigação do Tether.

Caso Tether x NY

Na quinta-feira (15), a Tether disse que a procuradoria-geral de Nova York forneceu informações sobre os negócios da empresa ao portal de cripto CoinDesk. De acordo com a Tether, o portal teve acesso a informações reunidas durante um acordo em 2021 com a procuradoria-geral de Nova York.

Em fevereiro de 2021, o NYAG firmou um acordo com a Tether e com a Bitfinex para o pagamento de uma multa de US$ 18,5 milhões. A investigação alegou que nem sempre a stablecoin da Tether era lastreada em 1:1 em dinheiro.

O que diz a Tether

A Tether publicou uma nota sobre a divulgação da Bloomberg, alegando que “está em uma posição completamente diferente em comparação com 2 anos atrás”.

“[A Tether] demonstrou, liderando a indústria durante os maiores eventos do cisne negro em 2020 e 2022, que suas reservas são extremamente líquidas, de alta qualidade e prontas para serem disponibilizadas para suportar resgates de qualquer tamanho, como mostrado em 2022, quando o Tether pagou US$ 7 bilhões em 48 horas, quase 10% de suas reservas na época. Este é apenas um exemplo da força que podemos trazer à medida que o estresse público testa nossa infraestrutura”, disse.

“A Tether nunca colocou e nunca colocará em risco a integridade de suas reservas. Isso tem sido repetidamente comprovado, não apenas por sua capacidade inabalável de realizar resgates sem hesitação, mas também pela máxima transparência de suas reservas.”

Sobre a exposição aos papéis chineses, a Tether disse que “a exposição do Tether ao papel comercial chinês era predominantemente no setor bancário, mas todos os papéis chineses detidos eram líquidos e emitidos por grandes e conhecidos emissores no mercado internacional de papel comercial”.

“Além disso, vale a pena notar que a Tether reduziu suas participações em papel comercial para zero no ano passado. A Tether não perdeu um centavo em nenhum papel comercial, incluindo o papel comercial chinês.”

  • Notícia atualizada para incluir posicionamento da Tether.
Compartilhar
Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

This website uses cookies.