Economia

Tesouro dos EUA aplica sanções a outro mixer ligado ao grupo Lazarus

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (OFAC, na sigla em inglês) impôs sanções a mais um mixer de criptomoedas. Dessa vez o alvo é o Sinbad, uma das maiores plataformas para ocultar a origem de criptomoedas.

De acordo com o OFAC, o mixer serviu como canal de lavagem de dinheiro para os notórios hackers do grupo Lazarus, ligados à Coreia do norte. O OFAC acusa os hackers do grupo de utilizarem o Sinbad para ocultar a origem de milhões de dólares em criptomoedas roubados.

Com isso, os EUA chegam ao terceiro mixer de criptomoedas sancionado em 2023. O principal exemplo dessas sanções foi o Tornado Cash, cujo fundador foi preso após a aplicação das sanções ao serviço.

Sanção a mixer de criptomoedas

Em um comunicado de imprensa no dia 29 de novembro, o OFAC afirmou que Sinbad era o mixer preferido do Grupo Lazarus, que é alvo de sanções desde setembro de 2019, alegando que o serviço de mixer ajudou a processar os rendimentos ilícitos do grupo de hackers provenientes de vários roubos de criptomoedas.

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De acordo com a agência governamental, o Sinbad ocultou porções significativas de criptoativos roubados de vários ataques. Os EUA acusam o Lazarus de associação com os roubos da Atomic Wallet, Axie Infinity e Harmony’s Horizon. Em todos esses ataques, o grupo hacker utilizou o mixer para ocultar os fundos.

Com Sinbad incluído na lista atualizada de Cidadãos Especialmente Designados (SDN) do OFAC, as autoridades também apreenderam o site do mixer. Ao tentar acessar a plataforma, surge a mensagem abaixo, criada pelo FBI.

“Este site foi apreendido como parte de uma ação coordenada de aplicação da lei entre o Federal Bureau of Investigation, o Financial Intelligence and Investigation Service (FIOD) e o National Bureau of Investigation tomada contra o serviço de mistura de criptomoedas Sinbad.io.”

Além disso, o relatório afirmava que os criminosos utilizavam o mixer para ofuscar transações ligadas ao tráfico de drogas, materiais de abuso sexual infantil e evasão de sanções.

Três é demais?

Como resultado da ação, os EUA sancionaram o terceiro mixer de criptomoedas este ano. Os outros dois são o Blender e o Tornado Cash, este último o maior mixer do mundo. Um dos cofundadores deste último, Roman Semenov, ainda está aguardando julgamento, mas encontra-se foragido da justiça.

Já o outro cofundador, Roman Storm, declarou-se inocente em setembro de acusações que vão desde lavagem de dinheiro até violação de sanções, após sua prisão e posterior libertação sob fiança. Storm aguarda julgamento.

A sanção do Tornado Cash pela OFAC gerou reações da comunidade, que acredita que o governo agiu além de seus poderes. No entanto, o mixer baseado em Ethereum perdeu o caso contra a agência, e segue sancionado. Os fundadores alegaram que o Tornado Cash era um código e sua proibição violaria a Primeira Emenda da constituição dos EUA, mas o juiz rejeitou a alegação.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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