Economia

Terraform Labs quer usar carteiras da FTX em defesa contra fraude

A Terraform Labs, responsável pela Terra Classic (LUNC), está nas manchetes mais uma vez. De acordo com a Bloomberg, a empresa pretende ir à Justiça para conseguir acesso a carteiras sob controle da FTX.

Esse pedido faz parte da estratégia de defesa da Terraform em seu caso de fraude em andamento. Conforme o pedido, a empresa acusa pessoas ligadas a Alameda Research de terem participação no colapso da Terra em maio. A Alameda, por sua vez, faz parte do Grupo FTX, fato que a Terraform usou para justificar o pedido. 

A Terraform Labs considera os dados cruciais na defesa do seu caso. Mas o juiz responsável pelo processo contra a empresa ainda vai decidir se autoriza o acesso.

Ação de vendedores a descoberto

A Terraform disse que seu objetivo é verificar operações em carteiras digitais usadas por vendedores a descoberto que operavam na FTX. De acordo com a empresa, esses dados podem mostrar se houve uma venda orquestrada de LUNC (antigo LUNA) com o objetivo de apostar contra o token.

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Além disso, a Terraform afirma que esta possível venda seria responsável pelo colapso no preço do token. Isso ocorreu a partir de maio de 2022 e causou perdas na ordem de US$ 40 bilhões. Além disso, a perda da paridade da stablecoin USTC (antiga UST) contribuiu para o colapso.

Em fevereiro desse ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) moveu um processo contra a Terraform Labs. O processo afirma que a empresa emitiu os então UST e LUNA sem o devido cumprimento das leis de valores mobiliários. Ou seja, realizou emissões sem autorização.

Conforme argumenta a SEC, esses tokens eram, em essência, contratos de investimento sujeitos às leis federais de valores mobiliários. A agência apontou Do Kwon, cofundador e ex-CEO da Terraform Labs, como réu no processo devido ao seu papel de destaque nas operações da empresa. Kwon está preso em Montenegro, onde aguarda sua extradição para os EUA ou Coreia do Sul.

Ao que tudo indica, a Terraform Labs está tentando transferir a culpa pela falha dos tokens. Os advogados da empresa alegaram que os tokens perderam valor por causa dos vendedores a descoberto. Logo, a empresa não tem responsabilidade sobre esta ação, a qual eles classificam como um “ataque coordenado”.

Implicações legais

A moção da Terraform pode ter consequências de longo alcance para todas as partes envolvidas. Afinal, caso a empresa consiga autorização para obter as informações, elas podem esclarecer a conduta dos vendedores a descoberto e suas possíveis conexões com a Jump Trading LLC.

Esses dados podem ajudar nas defesas da Terraform ou divulgar tentativas de manipulação de mercado contra seus tokens. E, ao mesmo tempo, podem trazer mais uma acusação para a FTX e suas empresas.

No entanto, se o pedido for negado ou as evidências coletadas não respaldarem as alegações da Terraform, a estratégia de defesa da empresa pode ser prejudicada, deixando-a sujeita a penalidades legais.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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