O chamado Paradise Papers – nome que certamente foi associados às ilhas que servem como paraísos fiscais – mostrou um grande vazamento de dados que expõe as explorações offshore e os negócios de muitas das elites no mundo inteiro.
O vazamento dos Paradise Papers segue os passos de um vazamento similar, dos Panama Papers, ocorrido no ano passado. Embora o relatório atual não tenham descartado quase tantos dados quanto os documentos do Panamá, ele foi tão potente quanto o último. Estes em particular mostraram os gastos e hábitos ocultos dos ultra-ricos de praticamente todo o mundo. Aparentemente ninguém ficou intocado – o cantor Bono Vox e até mesmo a rainha da Inglaterra estavam na lista – e algumas das revelações eram sensivelmente condenatórias.
Saber por onde começar a dissecar esse vazamento é melhor para financiar e taxar esses especialistas – o que eu não sou -, mas esse vazamento definitivamente confirma a crença comum de que os ultra-ricos podem jogar por regras que o resto de nós não pode.
Por exemplo, a Apple revelou ter armazenado enormes quantidades de dinheiro no exterior em um aparente esquema de evasão fiscal. Isso vem após a afirmação da empresa de que eles “não escondem dinheiro em alguma Ilha qualquer do Caribe“. Essa contradição demonstra algo básico: uma verdade vale mais do que mil palavras.
Outro exemplo é a enorme quantidade de oligarcas russos citados nestes documentos – e suas conexões de negócios com importantes funcionários do governo Trump. Embora nem todos estejam ligados aos oligarcas russos ou às empresas de propriedade do Kremlin, mais de uma dúzia de funcionários do gabinete do Trump foram nomeados neste vazamento. Isso é bastante sério.
Tanto o Facebook quanto o Twitter podem estar dentro, se não totalmente, de forma parcial nesses esquemas. Essas empresas também foram citadas em vazamentos como tendo conexões com o Kremlin, questionando ainda mais a influência que os anúncios publicitários e as falsas notícias transmitidas por esses canais de mídia social tinham com o eleitor médio.
A maioria das blockchains existentes são apenas pseudônimas, poucas são anônimas. Ocultar o dinheiro das autoridades fiscais em uma estrutura dessas seria difícil, mesmo para as organizações que tinham uma compreensão bastante profunda da natureza da tecnologia blockchain. Eu não estou aqui para entrar nos motivos para o uso das explorações offshore, mas sim como a tecnologia blockchain pode ajudar a fechar a disparidade de riqueza cada vez maior no mundo.
Quando o dinheiro pode ser mantido secretamente em algum lugar, protegido dos auditores, isso pode causar danos a varias outras pessoas. No entanto, em uma blockchain pública, todas as verbas podem ser contabilizadas e auditadas. Ninguém precisa mais estimar o quanto está sendo mantido aqui ou ali: tudo está registrado de forma imutável, para todos verem.
Além disso, na maioria das blockchains não existe interesse em ser coletado, apenas o que existe. Portanto, todos conseguem estar na mesma página (ou contabilidade).
No final, a população não precisa mais confiar que alguém não está mentindo; com a tecnologia blockchain, eles podem simplesmente auditar as contas por si mesmos.
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