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Startup busca resolver o problema de volatilidade do Bitcoin

Uma parceria entre dois personagens de peso do mercado financeiro tem como objetivo resolver um dos principais entraves atuais para a adoção em massa do Bitcoin: a volatilidade.

O projeto é capitaneado por Stanley Druckenmiller, investidor, filantropo e ex-presidente do fundo de hedge Duquesne Capital, e Kevin Warsh, advogado e ex-governador do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês). Ambos resolveram unir forças e apoiar um projeto chamado Basis. O Basis tem como objetivo criar uma criptomoeda e manter o valor estável em torno de US$1, aumentando e reduzindo a oferta, disse o fundador da empresa ao portal CNBC na última sexta-feira, 04 de maio.

Isso é feito de maneira análoga à forma como os bancos centrais aumentam e reduzem a oferta de moeda para também manter a estabilidade de preços“, disse Nader Al-Naji, co-fundador e CEO da Basis, em entrevista à CNBC.

“O que estamos tentando fazer é tornar as criptomoedas úteis.”

Os preços do Bitcoin sofreram com uma drástica volatilidade nos últimos meses, e caíram cerca de 50% desde sua alta, que quase chegou ao pico de US$20 mil em dezembro, segundo a CoinDesk. Essa volatilidade tornou impossível fazer coisas com a moeda digital, como por exemplo pagar salários com Bitcoin, segundo Al-Naji:

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“Se o preço da moeda cai, o empregado vai perder parte do seu dinheiro que seria usado para pagar suas contas, porque aquele Bitcoin já não vale o mesmo do que quando ele recebeu. Se subir, o empregador também ficará chateado porque ele vai sentir que pagou a mais pelo salário de seu colaborador.”

A Bain Capital Ventures liderou a colocação privada de US$133 milhões, que foi a primeira compra de participação na Basis. Outros investidores incluíram o braço de capital de risco da Alphabet GV e a Andreessen Horowitz.

Druckenmiller e Warsh fizeram ataques ao Bitcoin pela recente volatilidade. Em uma entrevista concedida à CNBC no mês de dezembro, o bilionário afirmou que o Bitcoin não poderia ser usado como meio de troca porque “com esse tipo de volatilidade, não havia como fazer transações – especialmente no varejo.” Ele também acrescentou que não investe em criptoativos.

Já o ex-governador do FED falou sobre a criptomoeda em uma entrevista ao Wall Street Journal em março. Warsh afirmou que a volatilidade de preço do Bitcoin diminui significativamente sua utilidade como uma unidade de conta confiável ou um meio eficaz de pagamento. No entanto, seu tom em relação ao futuro dos criptoativos foi mais otimista do que o de Druckenmiller.

“Mas uma nova geração de criptomoedas está no horizonte, algumas das quais podem possuir mais atributos de dinheiro, satisfazendo melhor o propósito fundador do Bitcoin”, afirmou Warsh.

O projeto de uma criptomoeda estável pode servir como uma maneira de popularizar o uso delas em países cujas economias foram – ou estão sendo – arrasadas devido à destruição do poder de compra das moedas locais. Casos como o Zimbábue em 2010 e a Venezuela atualmente se tornaram exemplos modernos do caos que pode ser gerado pela destruição da moeda local de um país.

Em países como os EUA, onde os cidadãos têm acesso à uma moeda relativamente estável, e a população não sofre os problemas de hiperinflação, o Basis pode não ter tanto apelo em relação ao dólar. Al-Naji prevê maiores potenciais de uso nos mercados emergentes.

“Nos países em desenvolvimento, a moeda mais estável que eles têm acesso se desvaloriza a uma taxa de no mínimo 5% ao ano, ou mais”, disse Al-Naji. “Estamos visando mercados emergentes. Acho que esse será realmente o nosso foco.”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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