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Só 5% dos day traders lucram mais de R$ 10.000/mês; veterano explica

Nos últimos meses, o interesse pelo investimento do tipo day trade (compra e venda diária de ativos) disparou no Brasil.

Em 2020, com a pandemia de Covid-19, o número de operações de day trade no Brasil explodiu para 1.140.000.

Entretanto, a promessa de fazer dinheiro rápido e fácil, na grande maioria das vezes, termina em prejuízo.

Prova disso é que no ano passado, o resultado de todas as operações do tipo foi de um prejuízo de R$ 2 milhões.

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Agora, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizaram um novo estudo para analisar os resultados da atividade.

Os resultados do estudo foram divulgados na segunda-feira (8).

Maioria dos day traders experientes perde dinheiro

A pesquisa intitulada “Day traders experientes e consistentes” foi conduzida pelos pesquisadores da FGV Fernando Chague e Bruno Giovannetti.

Analisando dados disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), eles concluíram que somente 5% de day traders experientes ganharam mais de R$ 10 mil por mês.

Chague e Giovannetti estudaram o desempenho de 1.218 day traders experientes. Ou seja, quem operou day trade em mais de 90% dos meses entre 2012 e 2017 (ao menos um dia no mês.)

Destes mais de 1,2 mil indivíduos, apenas 62 tiveram lucros mensais acima de R$ 10 mil. O valor foi considerado no relatório como um saldo “economicamente significativo”.

Ao CriptoFácil, Marcelo Ferreira, trader veterano que fez fortuna operando no mercado, explica que a estatística é baixa porque a profissão é rara:

“São poucos os que vão conseguir. Só os que realmente se dedicam a isso, como um atleta. Não são poucos que conseguem jogar uma Champions League? A mesma coisa é no trade: são poucos os que conseguem ter faturamentos milionários. E os que conseguem, alcançam essa meta porque se dedicam muito.”

O comentário de Ferreira sobre a dificuldade em ter faturamentos milionários com trader ecoa os outros resultados do estudo:

Apenas 28 investidores tiveram lucros acima de 20 mil (2%) e só uma pessoa (menos de 0,1%) lucrou mais de R$ 50 mil por mês.

Por fim, nenhum dos day traders experientes teve um lucro médio mensal acima de R$ 100 mil.

Já no que diz respeito ao prejuízo, 54% dos day traders experientes, ou seja, 652 indivíduos, saíram no vermelho.

Gerenciamento de risco é fundamental

Para Ferreira, esses resultados refletem o fato de a atividade demandar um bom investimento e gerenciamento de risco.

Ele explica que se o investidor possuir R$ 100 milhões, pode ganhar R$ 1 milhão por dia. Entretanto, quando o valor é baixo, R$ 1 mil, por exemplo, o retorno também é baixo, R$ 5 ou R$ 6 reais. E ainda há o risco de perder.

“Day trade é uma forma de potencializar o rendimento. E as pessoas geralmente não têm a paciência de rentabilizar da forma correta, com gerenciamento de risco, prática diária e crescimento aos poucos. O problema é o cara com pouco dinheiro querer viver de mercado, esses acabam se perdendo.”

Os pesquisadores da FGV chegaram a uma conclusão parecida. Segundo eles, o número de pessoas que conseguem resultados consistentes e economicamente significantes é extremamente reduzido se comparado a outras profissões com possibilidades de ganhos equivalentes.

Estudo anterior tem resultado parecido: maioria perde ou desiste

Conforme noticiou o CriptoFácil, no ano passado, os mesmos pesquisadores apresentaram um outros estudo analisando os retornos dos day traders.

Eles observaram que dos 98.378 indivíduos que começaram a fazer day trade entre 2013 e 2016, e operaram até 2018, apenas 554 persistiram por mais de 300 pregões. Ou seja, a grande maioria abandonou a atividade.

Além disso, dos 554 que permaneceram, somente 127 tiveram lucro diário médio acima de R$ 100. Outros 76 conseguiram lucro médio acima de R$ 300 diários.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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