Série Exchanges Brasileiras – Walltime

O Criptomoedas Fácil traz aos seus leitores a segunda parte da série Exchanges Brasileiras, conjunto de textos que tem como objetivo levar mais informações sobre as principais empresas de negociação de criptomoedas do país. Dessa vez, a conversa foi com a Walltime!

A Walltime, corretora de criptomoedas brasileira de hoje, criada pelos sócios Felipe Micaroni Lalli e Igor Hjelmstrom surgiu mais tardiamente no mercado, mas mesmo assim já apresenta grandes índices de crescimento, além de uma reputação já consolidada entre muitos usuários.

Hjelmstrom, atual CEO da empresa, foi o responsável por nos conceder essa entrevista completa sobre a história da empresa, os planos para o futuro e também a sua visão sobre os desafios das exchanges em 2018.

Perfil Walltime

Ao contrário da grande maioria das exchanges do mercado, a Walltime não surgiu como uma empresa de negociação de Bitcoins, mas sim com foco em outros produtos. “No passado a Walltime já lançou aplicativos (como o Bitcoin Paranoid) e também uma Cold Wallet“, afirmou Hjelmstrom. Apenas em setembro de 2016, a empresa resolveu partir para as operações de exchanges, as quais constituem a principal atividade da Walltime hoje em dia.

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“No momento, nossos esforços estão 100% em criar a exchange mais segura e confiável do Brasil – a carteira de acrílico é agora somente um presente exclusivo para alguns clientes mais ativos e amigos da Walltime”, pontuou o CEO da empresa.

Assim como no caso da FoxBit, a opção em tornar a Walltime uma exchange veio da insatisfação de seus fundadores com os serviços prestados pelas empresas atuantes no mercado brasileiro na época.

“A idéia surgiu da insatisfação com todas as opções no mercado brasileiro. Os fundadores da Walltime sempre acreditaram muito na importância que o Bitcoin teria no futuro e queriam que o Brasil fizesse parte disso.”

E experiência no mercado de câmbio não faltava aos fundadores da exchange. Segundo Hjelmstrom, um deles até mesmo prestava suporte para várias empresas que viriam, com a abertura da Walltime, a serem seus concorrentes, na tentativa de fazer os serviços dessas empresas melhorarem. Porém, a percepção de ambos foi de que a melhor alternativa seria, de fato, a criação de uma nova plataforma.

“Inicialmente um dos fundadores (o Lalli) adotou a estratégia de ajudar as exchanges existentes (ele criou o grupo no Facebook para um concorrente nosso! (sic) E depois passou a função de administrar para sócios da exchange) encontrando e reportando inúmeros bugs, dando sugestões, entre outras atividades. Porém com o passar do tempo ficou claro que o amadurecimento acontecia muito mais lentamente do que esperávamos – e daí a decisão de lançar uma exchange de primeira linha no Brasil.”

Os fundadores da Walltime são figuras conhecidas no mercado de criptomoedas – afinal, a empresa já possuía um background quanto a criação das carteiras de acrílico, cuja marca registrada é a embalagem com um selo feito em cera. Lalli é um conhecido entusiasta do Bitcoin e bastante ativo nas redes sociais e grupos relacionados ao assunto, enquanto Hjelmstrom, além de igualmente entusiasta das criptomoedas, é um executivo com experiência em diversas empresas de tecnologia.

Funcionários, faturamento e crescimento

Em termos de crescimento de quadro de funcionários, a Walltime também apresentou um crescimento expressivo – e multinacional. Atualmente, a empresa conta com funcionários não apenas no Brasil, mas também na Europa. “A Walltime foi lançada com apenas três pessoas em Setembro/2016. Hoje temos um time distribuído com mais de 20 pessoas espalhadas em diversas localidades do Brasil e da Europa”, afirma o CEO.

O crescimento da plataforma também refletiu na sua base de clientes, que conta com 100 mil pessoas no Brasil, além de uma pequena porcentagem de clientes internacionais. Ao ser perguntado sobre o faturamento da empresa e o perfil médio dos clientes, alegando valorizar a privacidade dos clientes e das informações, o CEO da Walltime revelou que a empresa não divulga essas informações. No entanto, ele pode divulgar dados gerais sobre a evolução do faturamento da empresa.

“A Walltime transacionou R$1 milhão pela primeira vez em março de 2017. Em julho de 2017, transacionamos mais de R$1 milhão em um único dia. Já em dezembro, a Walltime cruzou a barreira dos R$50 milhões”, resumiu.

Desafios

No entanto, quando o assunto mudou para quais desafios a Walltime via para o mercado de criptomoedas em 2018, o CEO não mediu palavras e mais uma vez os assuntos de regulamentação e pressão dos bancos surgiu como resposta.

Além desses, desafios técnicos e de confiança também foram levantados pelo CEO:

“Uma exchange de criptomoedas por sua natureza exige cuidados extraordinários de segurança em qualquer lugar onde funcione. O Brasil, adicionalmente, oferece um cenário particularmente adverso com relação à fraudes – a atuação intensa de grupos criminosos especializados força todas as entidades envolvidas (as próprias exchanges e também bancos e outros prestadores de serviço) a medidas onerosas de verificação e validação. Neste contexto, conseguir atuar de maneira simultaneamente ágil e segura se torna muito desafiador.”

O desafio das contas bancárias foi citado no decorrer da resposta:

“Pela natureza de seu negócio, uma exchange precisa ter contas bancárias abertas – idealmente nos mesmos bancos onde seus clientes já tem conta. A decisão de alguns bancos importantes no Brasil (como o Itaú) de fechar a conta corrente de empresas como a Walltime gera um impacto grande e imediato ao negócio. O dano é particularmente agudo no caso da Walltime que opera todos os dias (inclusive finais de semana e feriados) porque nos dias em que não há TED clientes de bancos nas quais a Walltime não tem conta não conseguem operar, porém mesmo para quem opera apenas em horário comercial existe um impacto (por conta das taxas de TED).”

A preocupação regulatória também não passa despercebida na visão do CEO, que teme o risco de uma legislação negativa que possa prejudicar o mercado:

“Além disso existe uma movimentação em Brasília no sentido de regulamentar criptomoedas. Se esta regulamentação acontecer de fato e for bem desenhada isso pode gerar um impacto bom no mercado justamente por ter estes ativos em um patamar de segurança jurídica maior, com regras mais claras. Porém existe o risco de a regulamentação ser negativa, e há bastante gente se movimentando e trabalhando duro na busca de evitar que isso aconteça.”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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