Economia

SEC vai rejeitar todos os ETFs de Bitcoin, diz analista; BTC desaba para US$ 42.000

A maior expectativa dos investidores de Bitcoin (BTC), bem como do mercado tradicional, é a aprovação de um ETF à vista da criptomoeda. Mas, em contraste com o amplo consenso do mercado, que espera essa aprovação para janeiro, o analista da Matrixport, Markus Thielen, prevê que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) recusará todas as propostas de ETF à vista de Bitcoin em janeiro.

Apesar das reuniões frequentes e dos prospectos S-1 atualizados entre os propositores de ETF e a SEC nas últimas semanas, Thielen apontou em um relatório que esses pedidos ainda ficam aquém de um requisito crítico. E de acordo com o analista, a SEC não vai aprovar nenhum pedido que não tenha esse requisito.

Esse requisito é uma maior proteção contra fraudes aos investidores, que virou a prioridade da SEC. Mas os tribunais dos EUA determinaram que a SEC precisa fornecer “justificativas claras” para rejeitar os ETFs. Portanto, a SEC talvez adote a linha de uma maior conformidade para rejeitar todos os pedidos, incluindo o da gigante BlackRock.

O que a SEC ainda pede

Thielen baseou a sua perspectiva na dinâmica política e nas preocupações de conformidade. O analista argumentou que, embora um ETF ajude a permitir que as criptomoedas se popularizem nos EUA, o presidente da SEC ainda tem dúvidas. Nesse sentido, Gary Gensler ainda vê a indústria como necessitando de uma conformidade mais rigorosa.

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“O presidente da SEC não está adotando as criptomoedas nos EUA, e pode até ser muito improvável esperar que ele vote para aprovar ETFs à vista de Bitcoin. Isso pode acontecer até o segundo trimestre de 2024, mas esperamos que a SEC rejeite todas as propostas em janeiro”, disse o analista.

De fato, a avaliação de Thielen condiz com uma declaração emitida pelo próprio Gensler durante uma entrevista à CNBC mês passado. Na sua fala, o presidente da SEC mostra preocupação com fraudes e descumprimento da lei de valores mobiliários.

“Tem havido muita fraude e maus atores no campo das criptomoedas. Há muito descumprimento, não apenas das leis de valores mobiliários, mas de outras leis relacionadas ao combate à lavagem de dinheiro e à proteção do público contra maus atores”, disse o presidente da SEC na época.

Por outro lado, a agência reguladora se reuniu com todas as grandes gestoras que submeteram pedidos de ETFs de BTC a fim de fazer ajustes. Dessa forma, é provável que as gestoras tenham incluído mecanismos de conformidade visando adequar seus fundos ao que a SEC exigiu.

O que acontece se os ETFs de Bitcoin forem rejeitados?

A indústria de criptomoedas busca a aprovação um ETF de Bitcoin à vista há pelo menos dez anos, mas o otimismo cresceu a partir de 2023. No ano passado, nomes como BlackRock, Fidelity, Franklin Templeton, Valkyrie e VanEck decidiram colocar suas propostas na mesa. Hoje, são 14 gestores de ativos que estão com seus ETFs à espera de aprovação da SEC.

Se os pedidos de ETF forem negados pela SEC em janeiro, Thielen espera ver liquidações em cascata à medida que bilhões de dólares em futuros de BTC virem pó. Isso poderia levar a uma queda acentuada do preço do Bitcoin em cerca de 20%, levando-o de volta à faixa de US$ 36.000 a US$ 38.000, disse ele.

De fato, apenas a especulação de Thielen contribuiu para o BTC cair 4% nesta quarta-feira (3), saindo de US$ 45.000 para US$ 43.700. Mesmo assim, o BTC subiu cerca de 5% desde o início do ano e 65% nos últimos três meses.

Apesar da potencial volatilidade de curto prazo após uma negação da SEC, a previsão de Thielen para 2024 permanece otimista. Com base nos padrões históricos dos anos eleitorais dos EUA e dos ciclos de mineração de Bitcoin, a Matrixport prevê que o valor do Bitcoin ultrapassará seu ponto inicial de US$ 42.000 até o final do ano, oferecendo esperança para investidores de longo prazo em meio às incertezas regulatórias.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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