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Sam Bankman-Fried da FTX chamou Alameda de ‘inauditável’, revela relatório

Neste domingo (09) a nova gestão da FTX, sob liderança do CEO John Ray III, e seus devedores afiliados divulgaram o seu primeiro relatório que aborda as falhas de controle do grupo por trás da exchange de criptomoedas e de outras empresas incluindo a Alameda Research.

De acordo com um comunicado à imprensa divulgado pela nova gestão, o documento identifica e discute as falhas em áreas críticas. Isso inclui gestão e governança, finanças e contabilidade, gestão de ativos digitais, segurança da informação e segurança cibernética

O relatório em questão se baseia na análise dos devedores que constam em dados e comunicações eletrônicas. Segundo o comunicado, são mais de um milhão de documentos e entrevistas realizadas com 19 ex-funcionários do Grupo FTX.

“Os devedores realizaram este trabalho por meio de uma equipe de especialistas jurídicos, de reestruturação, contabilidade forense, segurança cibernética, engenharia de computação, criptografia, blockchain e outros”, disse a equipe.

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O relatório de 45 páginas descreve em detalhes como a FTX agiu com descuido no que diz respeito aos registros. Além disso, pontua que o grupo quase não tinha defesas de segurança cibernética e possuía uma escassa experiência em áreas-chave como finanças.

Ex-CEO da FTX fez sérias alegações contra Alameda

Um dos itens de mais destaque tem relação com a Alameda Research, a empresa irmã da FTX que supostamente tinha acesso a bilhões de dólares em fundos de clientes na FTX. Conforme aponta o relatório, a Alameda “muitas vezes tinha dificuldade em entender quais eram suas posições”. Também tinha problemas em “fazer hedge e prestar contas” de suas operações.

De acordo com o relatório, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried descreveu a Alameda em comunicações internas como “hilariante além de qualquer limite de qualquer auditor ser capaz de passar parcialmente por uma auditoria”. SBF está hoje em prisão domiciliar na casa de seus pais e responde por dezenas de acusações.

“A Alameda é inauditável. Eu não quero dizer isso no sentido de que ‘uma grande firma de contabilidade terá reservas em auditá-la’. Digo isso no sentido de ‘só somos capazes de estimar quais são seus saldos, sem falar em algo como um histórico de transações abrangente’. Às vezes, encontramos US$ 50 milhões em ativos que perdemos de vista; é como a vida”, disse SBF.

SBF Wang e Singh faziam má gestão da FTX

O relatório também observa que a maior parte da tomada de decisões importantes foi controlada por SBF e pelos executivos Gary Wang e Nishad Singh. Os dois últimos se declararam culpados das acusações e estão colaborando com as autoridades.

“Se Nishad [Singh] fosse atropelado por um ônibus, toda a empresa estaria destruída. O mesmo problema se aplica a Gary [Wang]”, disse um ex-executivo da FTX conforme consta no relatório.

Singh e Wang também eram responsáveis pela segurança cibernética da empresa, mesmo sem a experiência necessária. Isso porque a FTX “não tinha pessoal dedicado” ao setor.

O relatório afirma ainda que a gestão e o armazenamento das chaves privadas e frases seed era caótico. Em muitos casos, não havia sequer criptografia para proteger os dados, por exemplo.

De acordo com Ray III, o relatório traz a transparência que a nova gestão da FTX prometeu desde que a empresa entrou com pedido de proteção contra falência em novembro do ano passado.

“Neste relatório, nós fornecemos detalhes sobre as nossas descobertas de que o FTX Group falhou em implementar os controles apropriados em áreas que eram críticas para proteger o dinheiro e os criptoativos. O FTX Group era rigidamente controlado por um pequeno grupo de indivíduos que alegavam falsamente administrar o FTX Group de forma responsável, mas na verdade mostravam pouco interesse em instituir supervisão ou implementar uma estrutura de controle apropriada”, disse Ray.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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