O debate em torno da regulação do mercado de criptomoedas também marcou presença nas apresentações da Labitconf, evento realizado nos dias 05 a 08 de dezembro, em Santiago, no Chile. Em um dos painéis no qual o tema foi abordado, ocorreu um pequeno embate entre os palestrantes, protagonizado pelo empresário brasileiro Rocelo Lopes, CEO da Stratum CoinBr, e um dos principais empresários do mercado de criptomoedas no Brasil.
Enquanto seus pares, Andrés Fleischer COO da Ripio; Sebastián Villanueva, fundador da CryptoMKT; Arley Lozano, CEO da Panda&CCoins; José Rodriguez, Head Institutional Sales da @Bitso; Franco Amati, da Signatura e Roger Benites, CEO da BitInka, defendiam que a regulação era boa para o mercado e que as exchanges tinham que trabalhar junto com o sistema financeiro tradicional em um modo de cooperação buscando uma integração com este sistema, Lopes brandou seu slogan “f… the banks” e argumentou que todos ali estavam equivocados, arrancando aplausos da plateia e deixando desconfortável Rodriguez da @Bitso, o maior defensor da “submissão” das exchanges ao mercado tradicional.
“Quando Satoshi Nakamoto publicou o white paper do Bitcoin ele não falou nada sobre KYC (identificação de cliente), AML (anti-lavagem de dinheiro) e todas estas regras bobas que as exchanges usam. Meus amigos aqui acreditam que os usuários têm muito mais que dois braços pois usam um sistema de KYC no qual você tem que tirar uma selfie segurando um documento em uma mão, um papel em outra, e mais outro documento e outro e outro e outro que nem mesmo cinco mãos dariam conta de toda a demanda. E o que devemos fazer? Não abrir conta nas exchanges que pedem todo este tipo de documentos, porque dai vamos obrigá-los a pressionarem o governo e dizerem: ‘Olha não consigo mais trabalhar por causa de uma regulamentação mal feita'”, disse.
Para Lopes, o mercado precisa sim de uma regulamentação, mas desde que ela seja construída e legitimada pela comunidade e pelo ecossistema das criptomoedas e não um “meia dúzia de técnicos que não entendem nada do mercado e que jamais leram o paper de Nakamoto”. O empresário argumentou também que ao exercer os nossos deveres em relação à democracia, elegemos nossos representantes e, por este mesmo motivo, quando estes propõem determinadas regras que não estão de acordo com o mercado no qual estamos inseridos, também é nosso dever cobrá-los e pressioná-los para que modifiquem as determinações e promovam o desenvolvimento e não o regresso por meio de regras sem sentido.
“Satoshi Nakamoto nos disse que o Bitcoin era uma unidade de valor, uma moeda, sem limites. Que eu, quando saio daqui [Chile] e vou até a Espanha, posso trocá-la; usá-la sem ter que dar satisfação para ninguém pois sou o verdadeiro dono do meu dinheiro. As regras que estão inventando por ai não tem nada a ver com isso. O dinheiro que entra em uma exchange chega por meio de um banco. Ninguém vai na sede de uma exchange com um carrinho cheio de dinheiro e pede para comprar Bitcoin, e se o dinheiro que chega as exchanges por meio de um banco, eles [os bancos] já tem todas as suas informações: quem é você, de onde vem, onde mora, quem é sua família, quando ganha, etc. Porque então realizar dois KYC se os bancos já tem todas as informações que o governo acredita necessitar?”, concluiu.
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Lopes ainda voltará ao palco nessa sexta 07 de dezembro, as 15:55, para o lançamento de mais um produto que promete causar polêmica com os reguladores, o Stratum Blue, um fundo tokenizado lastreado em criptomoedas.
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