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Ripple ganha a atenção do mercado financeiro, mas o que realmente são seus produtos?

Os anúncios que envolvem a criptomoeda Ripple tem se multiplicado ao longo dos últimos meses, associando a startup norte-americana com os maiores players do mercado financeiro e, principalmente, do mercado de transferência de valores entre nações. Money Gram, Itaú, Santander, Febraban, American Express e BBVA são apenas algumas das instituições que têm feito testes com os produtos em blockchain da Ripple. Mas o que realmente são estas plataformas e como elas interagem com o token XRP?

Diferente de outras blockchains, como a do Ethereum na qual é possível transacionar todos tipos de dados, na blockchain da Ripple somente dados relacionados a valores são possíveis de serem transacionados. Isso ocorre através de três produtos em blockchain e todos, segundo a empresa, trazem benefícios como rapidez na liquidação de pagamento, rastreabilidade em tempo real dos fundos transacionados, baixos custos operacionais e liquidez e conectividade entre diferentes redes de pagamentos.

Conheça abaixo quais são os produtos e as características específicas de cada um deles:

xCurrent

Uma solução desenvolvida especificamente para bancos processarem pagamentos internacionais de clientes, construída em uma ledger distribuída chamada Interledger, que embora tenha sido construída por executivos da Ripple, não é gerida pela empresa (está incubado em um grupo do World Wide Web Consortium (W3C), que é gerido por um fundo sem fins lucrativos dedicado a promover os padrões da internet).

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O principal objetivo do xCurrent é fornecer interoperabilidade entre todas e quaisquer moedas, e não apenas criptomoedas. A plataforma de mensagens permite atualizações em tempo real para que erros simples, como erros na ortografia do nome do destinatário, não atrasem os pagamentos. Outra função, permite que os pagamentos sejam rastreados em seu ponto final, tudo isso preservando a privacidade do cliente.

Por meio do xCurrent, os bancos podem pagar em dólares americanos, por exemplo, e o destinatário pode receber o dinheiro em euros automaticamente. Portanto, neste produto da Ripple não há a necessidade de utilizar o token XRP. Você pode ver uma demonstração aqui.

xRapid

O xRapid foi construído para uso corporativo e, nesta solução, é obrigatório o uso do token XRP da Ripple para a transmissão de valores, é ele que garante a liquidez das transações. As empresas podem trocar diferentes ativos utilizando a plataforma por meio do XRP e depois mover os ativos para xCurrent.

“O xRapid usa de forma exclusiva um recurso digital, o token XRP, para oferecer liquidez sob demanda, o que reduz drasticamente os custos ao mesmo tempo que permite pagamentos em tempo real em mercados emergentes. Construído para uso corporativo, o XRP oferece aos bancos e prestadores de serviços eficiência, opção de liquidez escalonável e confiável para atender pagamentos internacionais”, diz o site da Ripple.

No entanto, como a solução é muito similar ao xCurrent, na qual não é obrigatório o uso do XRP, surgem muitas dúvidas sobre o porque seria necessário seu uso. A Ripple também não deixa claro como o token garante a liquidez das transações. O portal Coindesk destaca que apesar de grandes empresas terem adotado a solução, como Western Union e MoneyGram, apenas uma empresa, a Cuallix, parece realmente ter adotado o XRP, levantando mais questionamentos sobre a verdadeira necessidade de usar o token da Ripple.

xVia

Existe uma certa confusão sobre as reais diferenças entre os produtos da Ripple e o porque uma empresa deve optar por um em vez do outro. O xVia, por exemplo, segundo a Ripple, é destinado para “empresas, provedores de pagamento e bancos que desejam enviar pagamentos em várias redes usando uma interface padrão. A API simples do xVia não requer instalação de software e permite que os usuários enviem pagamentos globalmente de forma transparente com transparência e uma rica gama de informações anexadas.”

No xVia também não é necessário o uso do XRP e seu grande diferencial é uma interface limpa e prática que permite realizar as operações de maneira simples. No entanto, basicamente, ele faz o mesmo que o xCurrent ou o xRapid, mas com maior riqueza de informações. No Brasil, dois provedores de remessas internacionais, a Beetech e a Zip Remit, anunciaram planos para usar o sistema, sem, no entanto, dar mais detalhes o porque usar esta opção em vez do xCurrent, por exemplo.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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