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Com o recente aumento do Bitcoin (BTC), as reservas de El Salvador também dispararam, alcançando ganhos não realizados estimados em 58%.
As estatísticas revelam que o tesouro de Bitcoin do país agora está avaliado entre 380 e 400 milhões de dólares, um valor que surpreendeu analistas ao superar o montante de um empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) quatro anos atrás.
Em abril de 2020, o FMI aprovou um empréstimo de cerca de 389 milhões de dólares para El Salvador, como parte de uma resposta de emergência à pandemia de coronavírus. No entanto, a rápida valorização das reservas de Bitcoin do país levanta questões sobre a possibilidade de El Salvador utilizar a criptomoeda para quitar essa dívida.
Tim Draper, renomado capitalista de risco, elogiou os investimentos estratégicos de El Salvador em Bitcoin, sugerindo que poderiam levar à independência financeira do país, inclusive pagando dívidas internacionais como aquela com o FMI.
Apesar das incertezas em relação a um possível acordo com o FMI, El Salvador permanece firme em sua estratégia de Bitcoin. O presidente Bukele defende os benefícios econômicos do Bitcoin, citando programas de cidadania por investimento em Bitcoin, receitas de mineração de propriedade do governo e uso da criptomoeda para serviços governamentais.
Embora o Bitcoin tenha gerado ganhos significativos para El Salvador, as reservas ainda representam apenas uma fração da dívida externa total do país, que ultrapassa os 5 bilhões de dólares.
A possibilidade de o governo recorrer ao Bitcoin como alternativa de financiamento também é levantada considerando as dificuldades que surgiram para que Bukele concordasse em chegar a um acordo com o FMI . Um dos pedidos da organização é justamente que o Bitcoin deixe de ter curso legal. Uma medida que o governo salvadorenho não está disposto a negociar.
Nesse sentido, a empresa financeira Barclays recordou, num relatório recente, a dívida pendente com o FMI desde 2020. Destacou que, na ausência de um acordo sobre um programa, El Salvador deve reembolsar mais de 300 milhões de dólares nestes dois anos e você tem que procurar alternativas.
Barclays garante que um programa de El Salvador com o FMI é cada vez mais incerto, devido às mensagens “contraditórias” do governo salvadorenho.
“Embora a lógica indique que devemos avançar com um programa com o FMI, parece que El Salvador não o faz. Um programa do FMI continuará a ser uma potencial tábua de salvação quando o financiamento acabar por diminuir. Por enquanto, El Salvador tem um mínimo de alternativas de financiamento, que é o que parece preferir”, disse o relatório da Barclays.
Essa estratégia desafia as normas convencionais de finanças internacionais, mas para El Salvador, parece ser uma aposta promissora em um ativo de crescimento a longo prazo.
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