Relatório aponta que Terraform Labs pode ter causado colapso da UST

O colapso da stablecoin UST e da blockchain Terra (LUNA) pode ter sido obra de um trabalho interno. É o que aponta um relatório da Uppsala Security divulgado nesta terça-feira (14).

Ao que parece, a empresa identificou a carteira por trás do ataque que causou o colapso da stablecoin. E de acordo com o relatório, o endereço é conectado e gerenciada pela própria Terraform Labs.

Este endereço teria realizado a transferência de milhões de UST para as exchanges Binance e Coinbase. Por isso, a empresa pediu que as autoridades investiguem as exchanges também. 

Sabotagem interna

A primeira parte da investigação da Uppsala Security mostra um endereço que teria realizado oataque contra a UST. O relatório apresenta o endereço como “Carteira A”.

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Em seguida, a Uppsala mostra duas linhas de investigação “pertencente ou controlada pela Terraform Labs (TFL) ou pela própria Guarda da Fundação Luna (LFG), ou por suas partes relacionadas”.

A investigação mostrou várias contas que, de alguma forma, estavam envolvidos no ataque. Todas elas eram conectadas entre si, incluindo alguns endereços na Binance e Coinbase. Ao mesmo tempo, os endereços trocaram UST, USDC e USDT entre si.

O primeiro ato que desencadeou a queda da UST foi uma remoção de liquidez. Uma das carteiras  associadas à Terraform Labs supostamente removeu cerca de US$ 150 milhões de pools da exchange descentralizada (DEX) Curve, cortando a liquidez da UST.

Pouco tempo depois, a carteira trocou US$ 85 milhões em UST pela stablecoin USDC. Da mesma maneira que no primeiro caso, o endereço realizou a operação no mesmo pool da Curve.

Movimentação da carteira suspeita do ataque. Fonte: Uppsala Security.

Em seguida, o controlador da carteira moveu as USDC para um endereço na Coinbase. A Uppsala tentou rastrear as operações, mas isso é difícil caso a exchange não revele informações do usuário.

Sem a ajuda da Coinbase, os dados da Uppsala Security mostram que a Carteira A transferiu os fundos através do Wormhole, uma ponte que realiza operações entre blockchains. A carteira enviou tokens da rede Terra (UST) para a rede Ethereum (USDC).

Movimentações na Binance

Mas a Binance não foi a única exchange utilizada pelo endereço. A Carteira A também enviou UST para uma conta na Binance.

Desta vez, a conta possui um número específico vinculada a um memorando de destino: 104721486. ​​Esta conta recebia UST desde o início do ano e, até 25 de maio, tinha recebido 124 milhões de UST.

Grande parte desses fundos veio da Carteira A que, de fato, depositou 108 milhões de UST em 07 de maio. Por coincidência, foi neste dia que a stablecoin começou a perder sua paridade com o dólar.

“A Carteira A depositou uma quantia total de 108.251.326 de UST no memorando 104721486 apenas em 7 de maio, o dia em que a UST começou a perder paridade. No total, a carteira realizou dez transações de entrada por meio do  memorando. Esta data coincide com a remoção de US$ 150 milhões de liquidez da UST nos pool da Curve, o que aumenta a possibilidade de que a Carteira A e o memorando estejam relacionados com o caso”, diz o relatório da Uppsala.

O primeiro endereço que transferiu UST para o memorando foi identificado como uma carteira controlada por LUNC DAO, um dos validadores da LUNA. Uma segunda carteira na Binance (memorando 100055002) recebeu mais de 2,6 bilhões de UST até maio.

Sócios no desastre?

Por fim, o relatório conectou todos os endereços e associou a Carteira A e as contas na Coinbase com a Terraform Labs. Os memorandos da Binance também foram vinculados nesta operação.

“Como resultado da análise de vários dados na cadeia sobre o incidente da Terra, confirmamos que não apenas a carteira A, mas também a carteira conectada a ela, era gerenciada pela Terraform Labs e empresas relacionadas. é necessário que os reguladores investiguem as exchanges relacionadas”, disse a empresa.

Investigação conecta endereços com colapso da UST. Fonte: Uppsala Security.

Mas é importante frisar que o relatório é uma investigação preliminar ou independente. Portanto, ainda não é possível atribuir alguma culpa ou má-fé a nenhuma das partes citadas.

Contudo, esta não é a primeira vez que suspeitas recaem sobre a Terraform Labs. NO início de junho, conforme noticiou o CriptoFácil,  a Arcane Research afirmou que a instituição realizou venda de tokens LUNA antes da quebra da UST.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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