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Rede do Bitcoin atinge US$1 bilhão em taxas de transação

O dia 30 de outubro de 2019 entrou para a história como a data em que a blockchain do Bitcoin atingiu US$1 bilhão em taxas de transação acumuladas desde o seu lançamento em janeiro de 2009.

O novo marco na história da criptomoeda é ainda mais significativo nas circunstâncias atuais. De acordo com dados da startup de análise de blockchain BlockChair, a quantidade de taxas de transação de Bitcoin coletadas anualmente diminuiu nos últimos anos. Isso ocorre devido ao advento de soluções de escalabilidade da rede do Bitcoin, incluindo o Segregated Witness (SegWit) e a Lightning Network.

“Esse marco é realmente muito legal apenas porque mostra o quanto as pessoas valorizam o espaço em bloco. E isso é algo pelo qual as pessoas não se importam de pagar, o que eu acho realmente importante para avançar”, disse Bryan Aulds, fundador da Billfodl, empresa especializada em dispositivos para armazenar chaves privadas.

Embora o valor acumulado das taxas de transação de Bitcoin convertidas em dólares atinja aproximadamente US$1 bilhão, o valor é realmente muito maior se levarmos em conta o valor de mercado do Bitcoin atualmente. De acordo com os dados da Coinmetrics, 2.048.083,479 Bitcoins foram distribuídos em taxas de transação para mineradoras desde 2009. Pelo preço do BTC até o fechamento deste artigo, esse montante equivale a US$1,86 bilhão.

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O tamanho cumulativo das taxas de transação na rede do Bitcoin só deve crescer nos próximos anos – especialmente quando mecanismos alternativos para recompensar mineradores, como a recompensa dos blocos, diminuírem gradualmente.

“No longo prazo, as taxas de transação terão que substituir a recompensa do bloco”, disse Jameson Lopp, CTO da empresa de gerenciamento de Bitcoin Casa. “Há uma razão pela qual é chamado de subsídio por bloco no código. É porque está subsidiando a segurança da rede.”

“O entendimento desde o início é que esse subsídio via inflação terá que ser substituído pelas pessoas que estão pagando para usar a rede por meio de taxas de transação”, acrescentou

Protegendo a rede do Bitcoin

As taxas de transação desempenham três papeis-chave na blockchain do Bitcoin. Todos eles servem para garantir a integridade e a resistência à censura da rede.

Primeiro, as taxas de transação do Bitcoin desencorajam ataques de negação de serviço (DDoS), também chamados de ataques de “spam”, que podem desacelerar a rede.

“Ao criar uma transação, você pode usar a largura de banda e gravar dados no disco rígido de qualquer pessoa executando um nó na rede”, disse Lopp. “Se não houver custo para fazer isso, você pode saturar a largura de banda de todos e encher o disco rígido de todos.”

Segundo, as taxas servem para criar uma ordem de prioridade e definir quais transações são confirmadas e gravadas nos blocos mais rapidamente do que outras.

“É muito simples: você paga mais, a sua transação é realizada mais rapidamente. Portanto, esse mecanismo é uma maneira justa de participar de um pool de transações pendentes”, afirmou David Steinberg, vice-presidente da consultoria de mineração Navier.

Finalmente, e talvez o mais importante, as taxas de transação também garantem a finalização da transação. Juntamente com a recompensa do bloco do Bitcoin – que gera 12,5 BTC por bloco e é cortada pela metade a cada quatro anos – as taxas de transação incentivam os mineradores a impedir ou editar propositadamente a blockchain.

Sem esse incentivo monetário, os mineradores poderiam ser subornados facilmente por atores maliciosos para impedir injustamente todas ou certas transações de serem realizadas na blockchain.

“No total, as taxas de transação mais a recompensa do bloco fornecem a finalidade probabilística da transação do sistema do Bitcoin”, disse Pierre Rochard, fundador da startup de consultoria Bitcoin Advisory. “Quanto maior essa finalidade, menos tempo os atores precisam esperar antes de confiar que a transação não será censurada ou os fundos não serão gastos duas vezes.”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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