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Real digital será baseado em ‘smart contracts’, tecnologia cripto, revela BC

A tecnologia por trás das criptomoedas, chamada “smart contracts”, também será aplicada ao real digital, moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês) do Brasil.

A revelação foi feita pelo coordenador do projeto do real digital, Fabio Araujo ao Valor. Segundo ele, a tecnologia vai viabilizar as transações com a moeda digital nacional.

Real digital vai usar smart contracts

Na prática, os smart contracts, ou “contratos inteligentes”, vão permitir a programação da liberação de recursos de forma segura e definitiva.

Mas, para isso, algumas condições pré-determinadas terão de ser atendidas. Isso inclui, por exemplo, a entrega de um produto ou a cessão de direitos. Além disso, a solução vai facilitar operações envolvendo máquinas – por meio da tecnologia de internet das coisas (IoT) – e operações offline.

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Conforme destacou Araujo, a CBDC vai ser mais do que uma forma de pagamento:

“A diferença fundamental entre o que temos hoje com o real e o que esperamos com a CBDC é trazer mais flexibilidade para programar as liquidações. Com isso, esperamos efetuar as transações de forma automática, reduzir os custos e aumentar a eficiência do sistema.”

Wallets custodiadas

Araujo também deu mais detalhes sobre o acesso ao real digital. Segundo ele, os usuários terão que usar as ‘wallets’ custodiadas:

“Uma das diretrizes que nós publicamos em maio do ano passado é que o acesso será feito todo por meio de ‘wallets’ custodiadas. Você não pode ter uma wallet com dinheiro digital que não está registrada em lugar nenhum. Eu – seja banco, fintech, IP -, para entregar o seu dinheiro, tenho que saber quem você é.”

Araujo explicou também que o Banco Central vai manter, para o real digital, a estrutura de intermediários. Ou seja, bancos, fintechs, instituições de pagamentos etc. vão garantir a segurança, sigilo, compliance, prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

Emissão de stablecoins por bancos

Além do real digital, o BC avalia permitir que os bancos emitam suas moedas digitais estáveis, as chamadas stablecoins lastreadas em real.

A ideia é que elas funcionem como um CDB:

“Temos a vantagem de ter toda a infraestrutura que garante os depósitos bancários hoje aderentes à ‘stablecoin’. Com isso, a gente espera que os bancos possam oferecer produtos novos com base nas moedas próprias deles.”

De acordo com Araujo, o objetivo é aumentar a competição no setor, mas também permitir que quem já está no mercado tenha ferramentas para trabalhar com a tecnologia.

Real digital x criptomoedas

Por fim, com relação às criptomoedas, Araujo ressaltou que a CBDC do Brasil terá algumas semelhanças como, por exemplo, a programabilidade. Contudo, ele ponderou que o real digital será conversível em cédulas de forma mais ampla.

Além disso, Araujo destacou que a moeda digital vai rivalizar com os ativos digitais por estar inserida em um contexto regulado:

“Se você dá uma alternativa que seja razoável, econômica e eficiente, as pessoas vão usar o sistema regulado porque terá muito mais facilidade para fiscalizar o que está acontecendo.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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