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Queima de tokens em DeFi é artifício para esconder baleias e inflar o valor

Comumente, investidores ficam felizes quando uma queima de tokens ocorre. Trata-se de uma redução na oferta que, consequentemente, afeta positivamente o preço do criptoativo. Contudo, isso não serve para todos os projetos, especialmente para protocolos DeFi.

Conforme ressaltado em uma publicação feita no Reddit, é comum ver protocolos de finanças descentralizadas queimando de 50% a 99% de seu suprimento. Ou seja, boa parte da oferta é retirada do mercado.

Acontece que tal manobra é um artifício para esconder baleias e, algumas vezes, inflar o valor de mercado do projeto.

Nem sempre é algo bom

Conforme explicado pelo usuário Cookiesnap, o entendimento comum do mercado de criptomoedas sobre queima de tokens ser algo positivo não se aplica mais integralmente.

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Como o próprio usuário diz: “se os protocolos querem tokens com baixo suprimento, é só emitir pouco”. Entretanto, a queima serve para esconder as carteiras com um grande suprimento.

Por exemplo, um protocolo é criado com 100 milhões de tokens e o desenvolvedor detém uma carteira com 10 milhões. Em outras palavras, o desenvolvedor representa 10% de todos os tokens em circulação.

Contudo, caso 50% de todo o suprimento disponível seja queimado, a relevância da carteira é dobrada. Ou seja, agora o desenvolvedor representa 20% do suprimento.

Segundo Cookiesnap, o BSCscan leva em consideração o endereço que teve os tokens queimados ao considerar toda a oferta. Desta forma, a “dominância” da carteira do desenvolvedor ainda é de 10% na teoria, ainda que na prática ela seja muito maior.

De qualquer forma, é importante ressaltar que isso ocorre principalmente com protocolos que queimam seus tokens logo após o lançamento. Projetos como a Binance Coin (BNB), por exemplo, a princípio não se encaixam nessa lista.

Valor de mercado inflado

Nos comentários da publicação, o usuário drrgrr123 apontou outro fato curioso sobre as queimas de tokens feitas logo após o lançamento do protocolo.

Alguns agregadores de dados sobre criptomoedas ainda consideram os tokens fora de circulação ao calcular o valor de mercado total. Por exemplo, um projeto emite 100 milhões de tokens ao preço de R$ 1, totalizando R$ 100 milhões em valor de mercado.

Caso 90 milhões de tokens sejam queimados, impulsionando o preço unitário do token para R$ 10, o valor de mercado se mantém o mesmo. Porém, no agregador, ele ainda considerará a existência de 100 milhões de tokens na teoria.

Ou seja, o projeto apresentará valor de mercado em R$ 1 bilhão, ainda que não seja o caso. Uma vez que valor de mercado ainda é uma métrica respeitada pelo investidor médio do mercado de criptomoedas, esta é uma forma de projetos nada sérios chamarem atenção.

Assim, a queima de tokens deve ser vista com atenção atualmente, sendo necessário ler nas entrelinhas a real intenção da equipe por trás do projeto.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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